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sábado, 25 de abril de 2015

NOTÍCIAS INTERNACIONAIS - CENTENÁRIO DE MASSACRE

Atos no mundo lembram mortes de armênios

Em data que marca início dos ataques turcos, líder armênio pediu reconhecimento de genocídio


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Na capital da Armênia, população marcha segurando tochas em memória das milhares de pessoas mortas entre 1915 e 1917
FOTO: REUTERS
Erevan. A Armênia lembrou, ontem, o centenário do assassinato em massa de armênios pelos turcos otomanos em uma simples cerimônia de deposição de flores com a presença de líderes estrangeiros, ao mesmo tempo em que a Alemanha se tornou o mais recente país a responder aos seus apelos de reconhecimento de que o massacre foi um genocídio.
A Turquia nega que o assassinato de até 1,5 milhão de armênios entre 1915 e 1917, no auge da Primeira Guerra Mundial, em uma região que hoje é território turco constitua crime de genocídio. Por conta disso, as relações com a Armênia são marcadas por essa controvérsia.
O Parlamento da Alemanha, o maior parceiro comercial da Turquia na União Europeia, arriscou uma ruptura diplomática com Ancara, e também a provocar a ira de alemães e residentes de etnia turca, juntando-se a muitos estudiosos ocidentais e duas dezenas de países no uso da palavra genocídio.
Uma resolução, aprovada por maioria esmagadora no parlamento alemão, marca uma significativa mudança de posição em um país que tem trabalhado duro para enfrentar a responsabilidade pelo assassinato de seis milhões de judeus no Holocausto.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse, ontem, que "compartilha a dor" dos armênios, mas, como havia feito na quinta-feira, ele novamente refutou a descrição das mortes como genocídio e não mostrou nenhum sinal de mudança de posição.
Os presidentes francês, François Hollande, e o russo, Vladimir Putin, estavam entre os convidados que colocaram um cravo amarelo em uma coroa de flores em um memorial numa colina perto da capital armênia, Erevan, e fizeram apelos pela reconciliação.
"O reconhecimento do genocídio é o triunfo da consciência humana e da justiça sobre a intolerância e o ódio", disse o presidente armênio, Serzh Sarksyan, durante discurso acompanhado por uma multidão.
Em um pronunciamento recebido com aplausos calorosos, Hollande disse que uma lei aprovada pela França em 2001, sobre o reconhecimento das mortes como genocídio, foi "um ato da verdade". "A França luta contra o revisionismo e a destruição de provas porque as negações levam à repetição de massacres", disse ele, descrevendo sua presença como "uma contribuição para a reconciliação".
Putin advertiu que o neofascismo e o nacionalismo estão em alta no mundo, terminologia que ele usa para descrever o que a Rússia considera como elementos radicais na Ucrânia, país que está tentando acabar com uma rebelião de separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.
"Mas, lembrando os trágicos acontecimentos dos últimos anos, temos de ser otimistas sobre o nosso futuro e acreditar nos ideais da amizade e do apoio mútuo", afirmou Putin.
Homenagens no Brasil
A comunidade armênia no Brasil promoveu uma série de eventos para recordar o centenário do massacre. Em São Paulo, a data foi lembrada com uma missa na Igreja Apostólica Armênia, no Bom Retiro. Durante a cerimônia, houve o ato da oração de canonização das vítimas consideradas mártires.
O consulado do país também convocou a comunidade a levar um ramalhete de flores, fotos dos antepassados e cartazes com o sobrenome das famílias para serem depositados na frente da igreja. Às 12h15 os sinos tocaram 100 badaladas, representando os 100 anos, ato que foi repetido em todas as igrejas dessa nacionalidade. O horário equivale às 19h15 na Armênia e foi escolhido para recordar 1915.
"Muita gente acabou esquecendo desse centenário que não pode ser esquecido para que não aconteçam novas tragédias como esta", disse o secretário-executivo do Comitê do Centenário do Genocídio Armênio, João Carlos Boyadjian.

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