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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ESTÁ NO JORNAL O POVO - By Wanderley Neves

Rosa para chamar a atenção

Até dia 30, alguns pontos de Fortaleza estão "tingidos" de rosa para chamar a atenção sobre a detecção precoce do câncer de mama. Campanha desenvolve atividades de conscientização

Desde a última sexta-feira, a índia que guarda Fortaleza veste rosa. Até o dia 30, a cor faz parte da iluminação da estátua de Iracema e da Praça dos Estressados. Um modo bem feminino de chamar atenção para a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama, que pode vitimar 690 mulheres fortalezenses somente em 2010 segundo estimativa do Ministério da Saúde.

Já ganharam o tom róseo na iluminação a Praça do Ferreira, a Praça Portugal e a fachada do Hospital do Câncer. Quem quer chamar a atenção dos fortalezenses é a campanha Outubro Rosa, que, durante todo o mês, desenvolve atividades de conscientização sobre a doença que mais mata mulheres no mundo. As ações ocorrem em diversos espaços da cidade, como praças, shoppings e livrarias.

Este ano, a campanha luta pelo cumprimento da Lei 11.664/2008, que garante às mulheres com mais de 40 anos o direito à mamografia, principal exame necessário para a detecção do tumor ainda em estado inicial. Segundo o mastologista Antônio de Pádua Almeida Carneiro, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), enquanto que o exame físico da mama identifica tumores de mais de um centímetro, na mamografia podem ser enxergados nódulos ainda com 1 ou 2 milímetros.

“Se você conseguir diagnosticar antes de o tumor ser palpável, mais de 90% das mulheres ficam curadas, muitas sem tirar a mama”, informa Pádua, que também é presidente da Associação Brasileira de Mastologia no Ceará. Mas essa ainda não é a realidade das mulheres cearenses. Mais da metade dos casos no estado é detectada já em estado avançado. Nesse estágio, o tratamento é mais traumático: vêm muitas vezes a mastectomia, a quimioterapia e a radioterapia.

O acesso à mamografia já melhorou. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, indicam que a produção de mamografias cresceu 118% no país entre 2000 e 2007. Pádua acredita que isso se deva a campanhas educativas como o Outubro Rosa, mas aponta uma maior dificuldade para mais à frente, após a mamografia. Ele defende que, já com o exame, as mulheres tenham acesso facilitado aos médicos para avaliação dos resultados.

Ainda assim, o problema não termina. Quando um nódulo é detectado, ainda é necessária ser feita a biópsia guiada, procedimento, segundo Pádua, realizado apenas em Fortaleza. Desde a primeira visita ao médico até o resultado da biópsia e início de tratamento, podem se passar meses. Com a demora, um caso que seria simples pode se complicar. Para Pádua, esse é o “ponto de estrangulamento”.


E-Mais

O Instituto Nacional do Câncer elaborou algumas recomendações para diminuir a mortalidade por câncer de mama:

Toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama.


Toda mulher com nódulo palpável na mama e outras alterações suspeitas tenha direito a receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias.


Todas as mulheres de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.

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