Existem cerca de 1,1 milhão de crianças desterradas fora da Síria, 52% do total dos enxotados pelos conflitos, dos quais mais da metade está sem matrícula em uma instituição de ensino
Pesquisa divulgada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) mostra que há mais crianças sírias expatriadas do que na escola. O trabalho refere-se à situação dessa infância no Líbano e na Jordânia, principais países receptores de deslocados do país. De acordo com a pesquisa O futuro da Síria – Crianças refugiadas em crise, existem cerca de 1,1 milhão de crianças desterradas, 52% do total dos enxotados pelos conflitos, das quais mais da metade está sem matrícula em instituição de ensino.
Dados do levantamento mostram ainda que mais de 3,7 mil garotas e garotos vivem, de modo geral, em situação de estresse psicológico, separados de seus pais e envolvidos em trabalho ilegal. Há mais de 70 mil famílias sírias refugiadas desde o início dos conflitos no país, em março de 2011. “Se não agirmos rapidamente, geração de inocentes se tornará a última vítima de guerra terrível”, disse o alto comissário do Acnur, o português António Guterres.
Os países com a maior quantidade de crianças sírias refugiadas são o Líbano, 385 mil; a Turquia, 294,3 mil; a Jordânia, 291,2 mil; o Iraque, 77,1 mil; e o Egito, 56,1 mil. “Crianças de quatro ou cinco anos desenharam imagens de foguetes, armas, sangue e de casas sendo destruídas. Outras mostraram o desejo de ir para casa, em desenhos com mensagens como “Eu amo a Síria”, informou a pesquisa.
Para elaborar o documento, pesquisadores ouviram relatos de meninos em treinamento para combate. De acordo com o estudo, 29% das crianças entrevistadas relataram que saem de casa uma vez por semana ou menos para a instrução. Como forma de aliviar a situação, a Acnur pede que as pessoas façam doações, compartilhem em redes sociais informações sobre o conflito e, se possível, enviem mensagens às crianças. Desde o inícios dos conflitos, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 115 mil pessoas tenham sido mortas. Um relatório divulgado pelo centro de reflexão britânico Oxford Research Group informou que mais de 11 mil crianças e adolescentes foram mortos no conflito sírio, 128 vítimas de armas químicas e 389 de francoatiradores. O Governo sírio admitiu que há escassez de medicamentos. Um surto de poliomielite foi comprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). (das agências)
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A situação das crianças, que hoje representam 52% do total de refugiados sírios, preocupa organizações humanitárias, já que muitas crescem sem acesso à educação e estão vulneráveis a abuso e exploração.
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