Presidente argentina será operada de hematoma cerebral na terça-feira

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Do UOL, em São Paulo
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    Cristina foi levada ao centro médico de Buenos Aires nesta segunda-feira Cristina foi levada ao centro médico de Buenos Aires nesta segunda-feira
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, será operada na terça-feira (8) em Buenos Aires para fazer a drenagem de um hematoma subdural crônico, informou nesta segunda-feira (7) a clínica Favaloro, onde a cirurgia será realizada.

Cristina foi internada nesta segunda para realizar exames pré-operatórios. A presidente teria sentido "formigamento no braço esquerdo e perda temporária de força no mesmo membro", segundo um comunicado.
Segundo meios locais, o hospital reservou um andar para atender a presidente e convocou sua equipe de neurocirurgiões.
A presidente foi hospitalizada no sábado na Fundação Favaloro com um quadro de arritmia e dores de cabeça. Os médicos detectaram um coágulo em Cristina Kirchner, fruto de um traumatismo craniano sofrido pela governante em 12 de agosto, e recomendaram repouso de um mês.



Conheça a trajetória da presidente argentina, Cristina Kirchner10 fotos

Em 22 de dezembro de 2011, a Presidência da Argentina confirmou que Cristina Kirchner foi diagnosticada com um tumor na tireoide. A foto mostra a presidente em sua primeira aparição pública após o anúncio  Alejandro Pagni/AFP

Vice assume poder

O vice-presidente argentino, Amado Boudou, liderou nesta segunda-feira (7) vários atos de governo após o inesperado afastamento da líder Cristina Kirchner, com oficialização da transferência de poder, e em meio aos questionamentos por sua suposta vinculação com escândalos de corrupção.
"Ela (Cristina) quer que a gestão seja mantida. Força Cristina, força Argentina, estamos todos juntos", disse Boudou em um ato na casa do Governo.
Antes, o vice-presidente esteve à frente de um ato de entrega de veículos patrulheiros na Casa Rosada, acompanhado pelo chefe de Gabinete, Juan Manuel Abal Medina, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, e o candidato portenho do governista Frente para a Victoria, Martín Insaurralde, entre outras personalidades.
No local, em declarações aos meios de comunicação, Scioli afirmou que Boudou "estará à frente do poder Executivo" enquanto durar o repouso ordenado pelos médicos de Cristina.
"Está previsto. Já ocorreu em outras oportunidades. São mecanismos automáticos. Aconteceu comigo quando fui vice-presidente e Néstor (Kirchner) teve uma situação particular ou uma viagem", disse.
Scioli lembrou que, "como já ocorreu em outras oportunidades", Boudou liderará os atos e atividades que a chefe de Estado tinha previstos.
Em janeiro de 2012, o vice-presidente argentino assumiu temporiariamente a Presidência quando Cristina, que sofre de um problema que periodicamente a obrigam a repousar, se submeteu a uma operação na qual extirparam a glândula da tireóide, o que a manteve três semanas afastada de sua atividade habitual.
Segundo a Constituição argentina, à revelia do governante seria o vice-presidente que assumiria a Presidência de forma temporária, embora ainda não sejam conhecidos detalhes sobre o nível de atividade que Cristina manterá.
No entanto, nesta segunda-feira o vice-presidente assinou um documento oficial de transferência de poder durante o período de afastamento da presidente, enquanto voltam a aparecer os escândalos de corrupção com os quais Boudou está vinculado.
Entre eles, estaria o que relaciona um suposto uso de influências em benefício da gráfica Ciccone, agora Companhia de Valores Sul-Americana, quando era ministro da Economia (2009-2011) durante o primeiro governo de Cristina.
Deputados opositores acusam de ter intercedido então perante a Administração Federal da Receita Pública para pedir o levantamento da quebra da gráfica e facilitar sua compra pelo fundo de investimento The Old Fund, dirigido pelo empresário Alejandro Vandenbroele.
Em abril, o promotor Jorde Di Lello acusou Boudou no marco de uma denúncia por enriquecimento ilícito, que também envolve a Vandenbroele.
Em sua defesa, o vice-presidente argentino afirmou que é alvo de uma campanha idealizada por opositores e firmas concorrentes da Ciccone que buscam afetar o governo. (Com Efe)