EVANGELHO DO DIA
ANO A - DIA 06/02
A missão dos doze discípulos - Mc 6,7-13
Ele chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. Mandou que não levassem nada pelo caminho [...]. Dizia-lhes ainda: “Quando entrardes numa casa, permanecei ali até a vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, saí de lá e sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de testemunho contra eles”. Eles então saíram para proclamar que o povo se convertesse. Expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo numerosos doentes e os curavam.
Escolhidos e enviados
Quando do chamado dos Doze sobre o monte (Mc 3,13-19), o autor do evangelho já informou ao ouvinte e/ou leitor que a vocação dos discípulos tem um duplo aspecto: acompanhar Jesus e disponibilidade para serem enviados em missão. O texto do evangelho de hoje é o relato do envio em missão dos Doze. A pregação deles, como a de Jesus (cf. Mc 1,15) e a de João Batista (cf. Mc 1,4), é um apelo à conversão. Há uma longa tradição bíblica perpassando, de algum modo, todos os textos da Escritura, que interpela o povo a uma profunda e verdadeira conversão, condição para viver fielmente a Aliança e para reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus em Jesus Cristo. O poder que eles detêm é o poder do Senhor (cf. Mc 1,21-28). Nas recomendações para a missão estão as exigências que associam os discípulos a Jesus e os identificam com ele: para a missão, só o necessário para a mobilidade e a disponibilidade (cf. Ex 12,11); é necessário desapego, pois a confiança não pode estar nos meios, mas no próprio Senhor que os envia, e também é preciso contar com a rejeição. Dito de outra maneira, as pessoas devem ver realizado nos discípulos o que eles anunciam. O relato tem um forte apelo eclesial: a missão da Igreja está fundamentada num mandato do Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
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