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sexta-feira, 7 de março de 2014

Evangelho do Dia


Ano A - DIA 07/03

Jesus e o jejum - Mt 9,14-15

Aproximaram-se de Jesus os discípulos de João e perguntaram: “Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?” Jesus lhes respondeu: “Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão".
O verdadeiro jejum
Nosso texto é uma controvérsia entre os discípulos de João e Jesus acerca do jejum não observado pelos discípulos do Nazareno. Certamente, embora o texto não nos informe, não se trata do jejum prescrito pela Lei de Moisés. Dos fariseus, o próprio Lucas nos informa que eles jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12), mas dos discípulos de João não temos nenhuma notícia quanto a essa prática em todo o Novo Testamento. O único dia de jejum prescrito pela Lei de Moisés é para o dia do perdão (cf. Lv 23,26-32). Os fariseus que consideram a si mesmos como justos queriam impor a todo o povo as suas práticas ascéticas. É bastante provável que é disso que se trate. Jesus, antes de iniciar o seu ministério público, jejuou durante quarenta dias (Mt 4,2; Lc 4,2). Há, no Antigo Testamento, passagens em que um jejum puramente exterior, incapaz de transformar a vida da pessoa, é duramente criticado. Isaías e Zacarias, por exemplo, relativizam o jejum em face do amor e da misericórdia, que são exigências primordiais da Lei (Is 58,1-12; Zc 7). Jesus centra a prática do jejum na cristologia, a saber, é em relação à ausência do “noivo”, uma referência à sua morte, que o jejum deve ser praticado. Seguindo essa linha de raciocínio, a Igreja prescreve para os cristãos católicos o jejum na Sexta-Feira Santa.

Carlos Alberto Contieri, sj

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