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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sem fazer promessas, candidata eleita a vereadora no RS fará 18 anos no dia da posse

Camila Neumammir

  • Gislaine Ziliotto (PT) segura bandeira do candidato a prefeito de Ipê pelo PT, Bilu, que foi derrotado Gislaine Ziliotto (PT) segura bandeira do candidato a prefeito de Ipê pelo PT, Bilu, que foi derrotado
Com apenas 17 anos, a gaúcha Gislaine Ziliotto foi a candidata a vereadora mais votada do município de Ipê (a 180 km da capital Porto Alegre) nas eleições municipais deste ano. Apesar da menoridade, Gislaine pode concorrer ao pleito porque completará 18 anos no dia 1º de janeiro de 2013, dia da posse.
Segundo a legislação brasileira,  para ser vereador tem que ter no mínimo 18 anos até o dia em que assumir o cargo. Com isso, o candidato pode disputar a eleição com 17 anos, se ele atingir a maioridade até o dia da posse.
O jeito simpático da estudante do terceiro ano do ensino médio fez a candidata do PT receber mais de 6% dos votos válidos --335 no total--  e garantir uma das nove cadeiras da Câmara Municipal de Ipê.
O pequeno município de 6.016 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), também é jovem.  Somente em 1987 foi emancipado da cidade de Vacaria (241 km de Porto Alegre).
“Foi uma surpresa muito grande ter sido eleita. No momento em que eu soube, misturou alegria e alívio porque foram quase três meses de caminhada. Nos desgastamos bastante”, disse.
A fala no plural é referência ao seu padrinho político, o candidato do PT à Prefeitura de Ipê,  Luis Carlos Scapinelli, o “Bilu”, que a convidou a fazer parte do núcleo jovem do partido no ano passado. Gislaine já vinha se destacando como liderança no grêmio estudantil de sua escola, onde atua como vice-coordenadora.
Apesar do êxito de sua pupila, o petista amargou a terceira colocação no pleito, com 23,69% dos votos válidos. O prefeito eleito foi Valério Marcon (PP), que obteve  40,31% dos votos.

Sem promessas de campanha

Gislaine diz que o fato de não ter prometido nada específico pode também tê-la ajudado a ser eleita.
“Eu não prometi nada, só me comprometi a trabalhar. Quero batalhar firme para conseguir transporte de graça para os universitários e buscar recursos para trazer um distrito industrial que evite a saída de jovens da cidade atrás de emprego. Quero incentivar o jovem a ficar no interior”, disse.
Com a rotina completamente modificada pela campanha, agora Gislaine promete pelo menos voltar a estudar para passar de ano e retornar à oficina mecânica onde trabalha como auxiliar de escritório, com salário de R$ 406 por mês.
Questionada sobre quanto vai ganhar mensalmente como vereadora, ela disse “que não foi atrás para saber”.

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