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sábado, 25 de abril de 2015

NOTÍCIAS DE IGUATU

SETOR IMOBILIÁRIO

Tendência é de estabilização


Há uma preocupação de usar mais rigor na análise para obtenção de crédito a fim de evitar a inadimplência


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O esforço é para evitar o afastamento dos clientes em função da crise econômica
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA
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Uma alternativa é o financiamento do FGTS que não ultrapasse o teto de R$ 115 mil, no Programa Minha Casa, Minha Vida de forma associativa
Iguatu. Nesta cidade, polo da região Centro-Sul, o ritmo de venda de lotes e de imóveis residenciais não está mais no patamar verificado em 2012 e 2013, mas tende a se estabilizar. Apesar de retração do setor, em 2014, a agência da Caixa Econômica Federal investiu R$ 40 milhões em financiamento de 500 casas, superando a meta em 130%. O esforço dos agentes financeiros e dos construtores é para evitar o afastamento dos clientes em decorrência da crise econômica.
Recentemente, houve encontro de representantes da Caixa Econômica Federal com os empresários do setor imobiliário, no auditório da Associação dos Construtores da Região Centro-Sul do Ceará. O gerente regional da Construção Civil para o Interior e Região Metropolitana de Fortaleza, da Caixa Econômica Federal, Marcelo Rodrigues, comemorou os números de investimentos verificados no ano passado, na agência local, e apresentou esclarecimentos sobre novas modalidades de financiamento.
De acordo com Rodrigues, a CEF dispõe de recursos para continuar investindo no setor imobiliário. "O nosso esforço é para alcançar a meta deste ano. Há recursos e linhas de crédito para imóveis populares, com financiamento com recursos oriundos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)".
O gerente regional observou a necessidade de os empresários investirem em imóveis com qualidade e confirmou que a agência passou a verificar com maior rigor a capacidade de obtenção de crédito dos clientes. O esforço é para evitar ampliação dos índices de inadimplência.
O presidente da Associação dos Construtores da Região Centro-Sul, Ilamar Pereira, disse que a entidade conta com 20 associados, mas que cerca de 60 empresários individuais trabalham no setor. "Em comparação com dois, três anos atrás, houve uma redução, permanecendo no mercado aqueles que querem investir e trabalhar com menor margem de lucro", observou. O boom verificado no setor da construção civil atraiu aventureiros que se empolgaram com margem elevada de lucro.
O empresário Elenilton Lopes disse que o setor tende a se estabilizar. "Não há mais especulação", frisou. "O preço dos terrenos está estável, mas houve aumento dos insumos, do material". Mediante o novo cenário econômico, Lopes defende como alternativa que se faça investimento em construção de imóveis populares e na modalidade de financiamento do FGTS que não ultrapasse o teto de R$ 115 mil, no Programa Minha Casa, Minha Vida de forma associativa. O valor do teto é variável entre municípios.
Até o ano passado, a CEF financiava 90% do valor do imóvel, mas agora caiu para 80%. A escassez de recursos na poupança reduziu a modalidade de financiamento nesse patamar. Outra informação apresentada por Marcelo Rodrigues foi a elevação das taxas de juros de financiamento dos imóveis. A virada da primeira década deste século, nas cidades polos regionais do Interior do Ceará, foi caracterizada por expansão do setor imobiliário. O preço dos imóveis residenciais e comerciais subiu consideravelmente.
O processo de urbanização foi acentuado. A crescente demanda favoreceu a abertura de loteamentos e a edificação de imóveis de padrões elevados, que antes ficavam restritos aos grandes centros urbanos. Esse processo, entretanto, ainda é restrito às cidades de médio porte.
Centenas de casas foram construídas nos últimos quatro anos, impulsionadas por ampliação do crédito, facilidade de financiamento, melhoria da renda familiar. O Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, é apontado como o principal indutor da expansão imobiliária. Os técnicos, empresários do setor e corretores de imóveis avaliam que a tendência atual é de estabilização.
Queda nos preços
O arquiteto e urbanista da Prefeitura Municipal de Iguatu, Paulo César Barreto, disse que a tendência de estabilidade prevista em 2014 está ocorrendo, na área residencial e comercial, e em alguns casos até com queda de preço nos imóveis.
Havia uma demanda reprimida e entre 2009 e 2013 houve um verdadeiro 'boom' no setor imobiliário, com a valorização elevada dos imóveis, lotes e casas. "Os financiamentos governamentais contribuíram para esse cenário", observou Barreto.
O poder aquisitivo das pessoas não acompanhou a elevação do preço dos imóveis. Muitos aumentaram a renda familiar e agora têm dificuldades de quitar as prestações. Quem investiu em compra de lotes para investimento e venda futura, hoje tem dificuldade de encontrar clientes.
Em 2013, a agência da Caixa Econômica Federal de Iguatu liberou cerca de R$ 35 milhões para o setor de construção de imóveis residenciais. As casas construídas eram adquiridas e financiadas rapidamente, mas hoje há casos de espera em torno de seis meses. O valor médio de uma casa financiada pela CEF é de R$ 110 mil, com área de 150 metros quadrados. O lucro estimado é em torno de 25%, segundo a Associação dos Construtores da Região Centro-Sul. Há cinco anos, esse mesmo imóvel era vendido por R$ 70 mil.
Mais informações:
Prefeitura de Iguatu
Secretaria de Infraestrutura
Fone: (88) 3566-7700
Agência da Caixa Econômica Federal
Fone: (88) 3581-2575
Honório Barbosa
Colaborador

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