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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Asfalto de rodovia na Sabiaguaba é substituído dois anos após críticas

 
O piso de 600 metros da rodovia começou a ser alterado nesta semana. O sentido inverso ainda será substituído
O asfalto está sendo retirado, conforme relatos de moradores, desde a última terça-feira, 2, de 600 metros da estrada no sentido Eusébio-Caça e Pesca e será substituído por bloquetes. Os 600 metros do sentido inverso, segundo operário da obra que preferiu não ser identificado, serão refeitos tão logo o primeiro trecho seja concluído.

A substituição atende a condições contidas na aprovação do conselho para a obra, que recomendava ainda passagem de fauna. Beatriz Araújo, diretora do Instituto Verde e membro do CGS, estima que a velocidade dos veículos diminua no trecho e que a permeabilidade, permitida pelo novo piso, seja recuperada. “Mas, infelizmente, não vai diminuir o fluxo constante, inclusive com veículos de grande porte”, lamenta.

O ritmo mais lento dos carros já seria um alento para a camareira Francivania Holanda, 32, que se preocupa constantemente em deixar que os filhos atravessem a rodovia e acessem a duna, seja para o jogo de vôlei ou para ver o pôr do sol. “Até a brincadeira das crianças essa estrada atrapalha”, aflige-se.

Recolhendo lixo na área, o policial militar Francisco José da Silva, 39, comenta que o volume de garrafas na beira da estrada só aumenta. “Além disso, ainda tem a duna que invade a estrada, e vem caminhão recolher a areia. Essa duna não é metade do que já foi”, descreve o desmonte.

Por facilitar o acesso dos moradores a outras áreas de Fortaleza, a rodovia tem a aprovação de parte da comunidade. Mas mesmo os moradores ouvidos pelo O POVO que veem o lado positivo ponderam sobre o porte da rodovia. “A estrada é muito boa pra gente, se for olhar que agora é mais fácil pra entrar e sair da Sabiaguaba. Mas, pelo lado do meio ambiente, a gente sabe que trouxe problema”, opina a dona de casa Inácia Sousa, 20.

Beatriz Araújo aponta que uma estrada que tivesse uso de turismo ecológico e atendesse aos interesses da comunidade seria o padrão ideal. “Uma rodovia desse porte é descontextualizada para um parque e vai de encontro com a integridade ecológica”, salienta.

Saiba mais 

Beatriz Araújo relata que uma ação civil, movida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), pede retirada da rodovia da APA devido à interferência na área de dunas e à especulação imobiliária estimulada pela estrada.
 
Questionado pelo O POVO quanto à construção com pavimentação irregular no local por quase dois anos e sobre quando o piso intertravado terá implantação finalizada, o DER limitou-se a responder que a intervenção “atende reivindicação” do CGS. 
 
A Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), que faz parte do CGS e concedeu a anuência da obra, reforçou informações semelhantes às do DER.
Fonte: Jornal O Povo

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