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domingo, 26 de fevereiro de 2012

PELO CEARÁ

População reclama de estrutura precária na Igreja Matriz

A Igreja Matriz de Aquiraz apresenta deterioração na estrutura física e tem dificuldade para manter a segurança da comunidade na igreja. Tábuas de madeira caíram em alguns fiéis durante a missa
FOTO: DEIVYSON TEIXEIRA
Tábuas caíram em cima dos fiéis durante uma celebração no fim de semana passado
 
A missa das 7 horas na Igreja Matriz São José de Ribamar, em Aquiraz, foi interrompida, no último domingo, 19, devido ao desabamento de parte do forro de madeira do teto do altar-mor. A Igreja, tombada pelo patrimônio histórico do Ceará, tem vários pontos de deterioração no teto, no piso, nas portas, nas janelas e na pintura das paredes. Construída no século XVIII, a igreja tem painéis com pinturas sacras no teto.

Fátima Aquino, 51, professora aposentada, foi uma das pessoas envolvidas no incidente. Enquanto assistia à missa, algumas tábuas caíram nas costas dela. “Nesse momento, eu corri. Pensei que estava tudo desmoronando. Não foi mais grave porque as tábuas estavam danificadas pelo cupim. Por isso, a pancada não foi tão forte”, narra.

O padre Robério Queiroz, pároco do local, afirma que muitos apelos já foram feitos ao Governo do Estado. “O projeto de restauração da igreja é antigo, mas nunca saiu do papel. Já enviamos vários ofícios para a Secult (Secretaria da Cultura do Estado). Eles mandam alguém fazer toda a parte de averiguação, mas não dão o pontapé inicial”, reclama.

Segundo ele, como a igreja é tombada, a paróquia e a comunidade não têm autonomia para fazer a manutenção necessária. “O governo não se responsabiliza nem libera a comunidade para fazer”.

De acordo com Otávio Menezes, orientador da Célula de Patrimônio Histórico da Secult, no caso de bens particulares, o órgão que faz o tombamento não é responsável pela manutenção do imóvel. “Cabe ao proprietário fazer os reparos necessários”. Ele esclarece que, antes de intervenção, o proprietário deve consultar o órgão responsável pelo tombamento para avaliação técnica da obra. O Governo só pode intervir caso o proprietário comprove não possuir recursos financeiros.

Conforme Otávio Menezes, R$ 40 mil foram investidos ano passado na restauração do telhado da igreja. Ele afirma que a intervenção teve caráter emergencial.

Otávio Menezes revela que já existe proposta de restauração da igreja em andamento. O projeto prevê arrecadação de recursos com o Governo. Segundo ele, a Secult, em parceira com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), iniciou a procura por restauradores especializados. Ele explica que, além da construção civil, o trabalho necessita de profissionais específicos para a parte artística, como as pinturas sacras.

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