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sábado, 10 de agosto de 2013

Está no jornal O Povo

Grupo pratica assaltos na Via Expressa

Conforme moradores da Comunidade do Trilho, a prática de "surfar" nos trens é diária. O grupo de jovens praticaria assaltos nos cruzamentos da Via Expressa com Santos Dumont e Padre Antônio Tomás

TATIANA FORTES/ ESPECIAL PARA O POVO
O POVO flagrou um grupo de meninos em cima dos vagões. Além dos riscos de acidente, a situação tem gerado insegurança na área


Moradores da Comunidade do Trilho já se habituaram com a cena: garotos se equilibrando em cima do trem em movimento. Além dos riscos de acidente, a situação tem gerado insegurança na área. Testemunhas contam que o grupo tem descido dos vagões para praticar assaltos na avenida Almirante Henrique Saboia, conhecida como Via Expressa.

A exibição dos meninos não tem hora para acontecer porque o trem da Transnordestina Logística S/A não possui horário fixo. “É certeza passar depois do almoço, mas não sabemos a hora exata, não”, afirma uma comerciante de materiais de construção que não quis se identificar. Funcionários da Transnordestina presentes no local afirmaram só saber da chegada dos trens ao ouvir as sirenes do veículo. A única certeza é o risco envolvido na ‘façanha’. “Tenho vontade de fazer, mas já imaginou o perigo? Me arrisco, não”, pondera o entregador Anderson da Silva, 18.

Os perigos também são iminentes para quem passa pelo local, sobretudo de carro. “Eles descem nos cruzamentos da Via Expressa com a Santos Dumont e com a Padre Antônio Tomás. São os pontos preferidos para o ataque. Ontem, levaram a bolsa de uma senhora”, conta outro morador da comunidade. Um comerciante afirma que os garotos se aproveitam da baixa velocidade do trem para descer, fazer as abordagens, geralmente violentas, e, em seguida, subir novamente nos vagões e continuar “surfando.”

Há uma tensão cotidiana entre os jovens surfistas e quem mantém comércios no entorno. “Os meninos aqui do trecho (Comunidade dos Trilhos) só assaltam quem está parado no sinal, mas os que vem das outras comunidades fazem a ‘limpa’ em todo mundo”, afirma o aposentado, Ozibelmar Evangelista, 73.

O POVO mostrou, na edição de ontem, que o local foi palco de arrastão na noite da última segunda-feira. Segundo condutores, um grupo de 15 pessoas teria saltado de um trem em movimento e realizado a ação.

O capitão da Polícia Militar Roberto Lima, responsável pelo policiamento na área, ponderou que um mapeamento via Ciops (Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança) está em andamento para identificar os locais mais críticos na área. Ele afirmou ainda que existe uma viatura e três motocicletas cobrindo a avenida.

O capitão disse desconhecer a prática de “surfe” nos trens e responsabilizou a Transnordestina. “Vamos entrar em contato com o pessoal da empresa para que haja uma maior fiscalização, afinal os veículos são deles” afirmou. A Transnordestina foi procurada para se posicionar sobre o caso, mas, até o fechamento desta matéria, não houve resposta.

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