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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

MOBILIDADE

CDL faz propostas para reordenar centro

Bancas numeradas e identificação dos profissionais são algumas das propostas da Ação Novo Centro, da CDLFor

MAURI MELO
José Avelino, um dos três polos de comércio de confecções do Nordeste, chega a 7 mil compradores em um dia

Bancas numeradas, identificação do profissional e limite de um ponto de venda por proprietário. São essas algumas das propostas da Ação Novo Centro, ligado à Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, para organizar o comércio ambulante na José Avelino e demais áreas do bairro. Conforme O POVO publicou na edição de ontem, o comércio chega a movimentar R$ 20 milhões em um dia de feira, com até 7 mil comerciantes, muitos informais.

Segundo Assis Cavalcante, presidente da Ação, os ambulantes têm papel importante no Centro da Cidade, mas da forma como a região é ocupada todos saem perdendo. “Os ambulantes são importantes para o comércio. Eles são trabalhadores, e quando crescem eles constroem o seu próprio comércio nos seus bairros, gerando imposto e emprego”.

Ele destaca que o comércio da rua José Avelino contribuiu para tirar muitas pessoas da linha de pobreza, ao passo em que elas foram incluídas socialmente. No entanto, o diretor da CDL Fortaleza diz ser fundamental que esses comerciantes se submetam às mesmas regras dos formais. “A SRT (Superintendência Regional do Trabalho) poderia vistoriar como faz no comércio formal”.

Outro aspecto diz respeito à segurança de ambulantes e consumidores. Da maneira como as barracas ocupam a rua, é difícil a circulação. “O maior problema é a dificuldade para as pessoas passarem. Se acontecer alguma coisa, não vai dar para passar uma ambulância, um carro da polícia ou dos bombeiros”, diz o comerciante Franklin Freitas, que trabalha em um galpão na José Avelino.

Cavalcante ressalta, ainda, que para se precaver em caso de acidentes, é fundamental que os comerciantes assinem a carteira dos empregados, que assim estariam cobertos pela Previdência, além de terem direito à aposentadoria.

Regional do Centro
Desde o início do ano, novas regras foram postas para o funcionamento da feira, uma delas foi determinar que as atividades acontecessem duas vezes por semana e com horário para começar e acabar. “Aquilo era uma desorganização. Funcionava todos dias, o dia todo. Mas desde 3 de janeiro, iniciamos processo de diálogo com todas aquelas pessoas: ambulantes, comerciantes e donos de galpão. Agora, procuramos iluminar e colocar banheiros”, explica o titular da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor), Régis Dias.

Para retirar a grande quantidade de barracas e ambulantes das ruas e calçadas da José Avelino e do entorno, Régis diz que a Prefeitura pretende estimular a construção camelódromos e de empreendimentos privados, como os que já funcionam no local.

Se por um lado, Dias é pressionado para retirar os ambulantes da rua, do outro o secretário diz que a cidade de Fortaleza não pode abrir mão dos milhares de compradores que chegam de vários estados do país, do Interior do Estado, e até do exterior para a feira.

SERVIÇO

Denuncie a ocupação irregular das ruas
Fala Fortaleza: 0800.285.0880

Saiba mais

O tamanho
A feira da José Avelino é um dos três principais polos de comércio de confecções do Nordeste. Os outros ficam nos municípios de Caruaru e Santa Cruz, ambos em Pernambuco.

O comércio funciona às quartas e sábados, começando as 19h e indo até a manhã do dia seguinte.


O volume negociado por dia na José Avelino varia de R$ 5 milhões a R$ 20 , segundo estimativa da Sercefor.

O número de comerciantes varia de 2 mil a 7 mil. O pico está nas proximidades de dias festivos, como Natal e Dia das Mães, quando chegam cerca de 120 ônibus de compradores de outros estados.

Os estados que mais enviam compradores para a feira são: maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

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