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Daniel Riordan Araujo/EFE
Esqueleto humano que pode ser o mais antigo do continente americano foi encontrado no México
Um esqueleto humano, com 12 a 13 mil anos de antiguidade, o mais antigo
do continente americano, foi encontrado em uma caverna inundada no
Estado mexicano de Quintana Roo, na Península de Yucatán (leste do
México), informou nesta quinta-feira (15) o Instituto Nacional de
Antropologia e História (INAH).
"É o resto humano mais antigo
que se conhece na América", pois foi datado entre 12 e 13 mil anos,
disse em coletiva de imprensa a diretora-geral do INAH, Maria Teresa
Franco, destacando que se trata do elo que faltava para confirmar o
vínculo existente entre os primeiros povoadores da América e grupos de indígenas contemporâneos nesse continente.
O esqueleto, que pertenceu a uma adolescente que caiu em um buraco,
oferece novas pistas sobre as origens dos primeiros nativos americanos,
anunciaram cientistas nesta quinta-feira em estudo publicado na revista
científica americana "
Science".
Crânios sugerem que primeiros hominídeos pertenciam à mesma espécie
Análise
completa de crânios de aproximadamente 1,8 milhão de anos sugere que os
primeiros hominídeos, classificados em diferentes espécies - "Homo
habilis", "Homo rudolfensis", "Homo erectus", por exemplo -, na verdade
pertencem à mesma espécie. O estudo será publicado na revista Science
desta sexta-feira (18). Segundo pesquisadores que encontraram cinco
crânios que datam da mesma época, em Dmanisi, na Geórgia, país situado
no Cáucaso, as diferenças entre eles não são maiores do que as
diferenças entre cinco crânios de humanos de hoje em dia. Assim, os
hominídeos só teriam aparências diferentes. Eles chegaram a esta
conclusão por causa do crânio 5 que combina uma pequena caixa craniana
com uma face alongada e grandes dentes - características que nunca foram
observadas no mesmo crânio de hominídeo antes
Leia mais M. Ponce de León/Ch. Zollikofer, University of Zurich, Switzerland
Chamada de "Naia" pelos cientistas, o esqueleto da jovem é o mais bem preservado das Américas.
Seus restos foram encontrados em 2007, submersos em uma caverna
subaquática, junto com ossos de tigres-dentes-de-sabre, preguiças
gigantes e ursos das cavernas, cerca de 41 metros abaixo do nível do
mar.
Na época em que ela caiu, a região, conhecida como Hoyo Negro (Buraco Negro, em espanhol) era seca e sobre a superfície.
O degelo de glaciares provocou um aumento no nível do mar que cobriu o buraco com água nos últimos 8.000 anos.
A menina tinha entre 15 e 16 anos e pode ter escorregado e caído
naquilo que pareceu para ela, e para os animais que tiveram o mesmo fim,
um buraco cheio d'água.
Sua pélvis parece ter se quebrado com o
impacto, sugerindo que ela teria morrido logo após a queda, explicou
Jim Chatters, arqueólogo e antropólogo forense em Bothell, Washington.
Seu
crânio demonstra que ela tinha um rosto pequeno e estreito, olhos
separados, uma testa proeminente e dentes que se projetavam para fora.
Sua aparência era "quase o oposto daquela dos nativos americanos", disse Chatters a jornalistas.
Mas um marcador genético encontrado no osso da costela da menina e nos
dentes mostrou que sua linhagem materna era a mesma encontrada em alguns
nativos americanos modernos.
8.mai.2014
- Arqueólogos egípcios descobriram a tumba que seria do encarregado dos
arquivos do Exército durante a última etapa do período Ramesida (1292 a
1069 a.C.), nos arredores da cidade de Menfis. O sarcófago tem 12
metros por 6, e possui dezenas de hieroglifos e artefatos Khaled Elfiqi/Efe
Origens na Ásia
O estudo sugere que ela teria descendido de pessoas que migraram da
Ásia pelo Estreito de Bering sobre uma massa de terra que era conhecida
como Beríngia.
"O que este estudo apresenta, pela primeira vez,
é a evidência de que os paleoamericanos com aquelas características
distintas também podem ser diretamente vinculados à mesma população
originária da Beríngia que a dos americanos contemporâneos", disse
Deborah Bolnick, professora assistente da Universidade do Texas, em
Austin.
Isto contraria as teorias de alguns
especialistas, segundo os quais os nativos americanos descenderam de
pessoas que migraram depois, talvez da Europa, do sudeste da Ásia, ou da
Austrália.
"Eu costumava ser um daqueles defensores
dos eventos das imigrações múltiplas", afirmou Chatters, um arqueólogo
mais conhecido por seu trabalho sobre o Homem de Kennewick, restos de
crânio e esqueleto de 9.800 anos encontrados no estado americano de
Washington.
Chatters acreditou inicialmente que o Homem de
Kennewick descendia de colonos europeus, porque seu crânio não parecia
com o de um rosto de um nativo americano típico.
Uma pesquisa
subsequente e exames de DNA feitos em Naia mudaram, porém, sua forma de
pensar sobre a origem dos primeiros nativos americanos.
A
equipe internacional de cientistas que trabalha em Naia identificou
apenas um marcador genético de seu DNA mitocondrial, chamado haplogrupo
mtDNA D1.
"O haplogrupo D1 se derivou de uma linhagem asiática, mas é encontrado apenas nos americanos de hoje", explicou Bolnick.
"Aproximadamente 11% dos nativos americanos possuem esta linhagem genética", acrescentou.
"É
encontrado em toda a América do Norte, Central e do Sul, e esta
linhagem, a D1, é especialmente comum em algumas populações
sul-americanas", prosseguiu.
Bolnick disse que sua
análise nesse ponto não pode excluir a possibilidade de que outros povos
primitivos, conhecidos como paleoamericanos, venham de lugares
diferentes da Beríngia, mas até agora essa evidência não sustenta esta
possibilidade.
Futuras pesquisas visam a decodificar seu DNA nuclear, o que deverá revelar mais detalhes sobre sua ancestralidade.