Pastor Marcos Pereira é condenado a 15 anos de prisão por estupro no Rio
Do UOL, no Rio
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O pastor Marcos Pereira da Silva em culto da igreja evangélica Assembléia de Deus dos Últimos Dias, no bairro de Édem
"As testemunhas ouvidas relatam com firmeza como o acusado é uma pessoa
manipuladora, fria, só pensa em si, utilizando-se das pessoas para
satisfazer seus instintos mais primitivos e de forma promíscua, utiliza
da boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e por tudo que dos
autos consta, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Marcos
Pereira da Silva", diz a sentença, segundo o TJ-RJ (Tribunal de Justiça
do Rio).
Marcelo Patrício, advogado do pastor Marcos Pereira, afirmou que vai
recorrer da sentença. Segundo ele, a decisão é absurda. "É uma injustiça
porque não tem nenhuma prova no processo. Parece que o direito penal
foi rasgado para o caso dele", disse por telefone ao UOL. O
advogado vai alegar que houve decadência do crime. "Pela nova lei, uma
vítima teria seis meses para denunciar o estupro. Neste caso, o pastor
Marcos não poderia ser processado porque o estupro teria acontecido em
2005. É uma questão já definida pelas cortes superiores."Patrício também criticou a duração da pena. "O pastor é réu primário. Não existe pena de 15 anos para réu primário." O advogado prometeu recorrer até a cortes internacionais caso sua apelação à Justiça brasileira não seja acolhida. "Estou pensando até em ir para a Corte Internacional de Direitos Humanos. Para mim, o pastor Marcos Pereira é um preso político."
Prisão
Pereira está preso desde o dia 8 de maio no presídio do complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Em audiência à Justiça, o pastor negou o estupro e acusou pessoas ligadas à ONG AfroReggae de convencer a suposta vítima e outras que foram ouvidas a fazerem as acusações.Na semana passada, o MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou o pastor Marcos Pereira e Márcio Nepomuceno dos Santos, conhecido como "Marcinho VP", pelo crime de associação ao tráfico. O órgão solicitou ainda o pedido de prisão preventiva dos dois.
"Cadeia não tem como me segurar", diz pastor
O pastor, como aponta a denúncia, começou como "pombo correio", levando ordens de chefes do tráfico que estavam presos para as comunidades onde atuavam, aproveitando-se do fato de ter acesso aos presos. Nas comunidades cariocas --principalmente nos complexos do Alemão e da Penha-- outros religiosos eram ameaçados e impedidos de realizar seus cultos, o que fortalecia a igreja de Pereira.
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