O forte sistema defensivo da França complicou muito e rendeu um
jogo tenso, mas não foi páreo para o Brasil. Neste sábado, em Katowice
(Polônia), o time verde e amarelo suou para superar o rival ao passar
por 3 sets a 2 (25-18, 23-25, 25-23, 22-25 e 15-12), em um jogo muito
tenso e disputado, e chegou à sua quarta final consecutiva de campeonato
Mundial.
O jogo foi marcado por diversos ralis e incríveis
defesas dos jogadores franceses, que mesmo sendo baixos e sem incomodar
tanto no bloqueio, mergulhavam de todas as maneiras para salvar as
bolas. Mas os brasileiros estavam em tarde muito eficiente no saque e
bloqueio, pontos chaves para o triunfo sobre o "chato" rival.
Agora,
o Brasil encara na final a Polônia em uma chance de revanche.
A grande decisão será realizada neste domingo às 15h30 (horário de
Brasília). A equipe de Bernardinho já enfrentou os poloneses no torneio.
Teve sua única derrota em 12 jogos para os anfitriões, na terceira
fase.
Os brasileiros lutam por um inédito tetracampeonato
mundial no vôlei. Em 2002, venceram os russos no Mundial da Argentina.
Quatro anos depois bateram os poloneses no Japão. Em 2010, a seleção
cubana não foi párea na competição disputada na Itália.
Fases do jogo:
O time verde e amarelo começou impecável no serviço, recepção e
bloqueio. Poucos jogos o iniciou tão alinhado assim nesses quesitos.
Sidão se destacava tanto no saque como nos bloqueios, e Murilo e Bruno
nas defesas. Em uma verdadeira blitz contra os francês, os brasileiros
abriram 13 a 6. Os franceses só incomodavam quando acertavam saques
muito fortes. Mas nem isso foi suficiente para reverter a imensa
superioridade brasileira.
No segundo, o saque francês passou a
entrar mais e complicar a recepção. Le Roux e Ngapeth estavam com as
mãos calibradas. Isso somado a boas defesas fez com que os franceses
disparassem no placar e marcassem 13 a 7. O bloqueio que foi tão bem
como no primeiro set e perdeu o tempo do ataque francês. Os brasileiros
chegaram a reagir com algumas alterações feitas por Bernardinho. Mas,
com o saque francês entrando, estava difícil e não deu.
A
terceira parcial foi a mais tensa e equilibrada. Nenhuma equipe
conseguiu abrir mais de dois pontos de diferença o set todo. Poucos
erros de ambos os times, e os dois saques estavam entrando bem. No fim
do difícil set, o saque e bloqueio foram fundamentais, sobretudo as
intervenções de Sidão na rede.
O quarto foi quase que uma
repetição do anterior. Poucos erros e placar acirrado do começo ao
final. O Brasil passou a arriscar menos no saque e colocar mais a bola
em jogo para tentar parar via bloqueio. Os franceses erraram menos nos
pontos decisivos e levaram a melhor.
No último set, equilíbrio
até a metade. As entradas de Vissotto e Lucarreli no 10 a 8 melhoraram o
time de Bernardinho. Depois de um bloqueio de Lucarelli, o Brasil pegou
muita moral e abriu 11 a 8. Os franceses desanimaram e não reagiram
mais.
O melhor: Lucarelli. Como de costume, o
maior pontuador. Estava impossível nos saltos e cravadas. Até seu
saque, que não vinha bem contra Rússia e Polônia, voltou a entrar. Muito
eficiente no bloqueio.
O pior: Rouzier.
Maior pontuador do time francês na primeira fase, fez um jogo pra lá de
discreto. Virou poucas bolas e foi até sacado pelo técnico Laurent
Tillie.
Toque dos técnicos:
Nos
momentos de maior dificuldade, Bernardinho voltou a fazer a troca dupla
com as saídas de Bruninho e Wallace para as entradas de Raphael e
Leandro Vissotto. Lipe também foi usado para sacar. No segundo set, as
trocas funcionaram e fizeram o time tirar uma desvantagem de sete pontos
e conseguir o empate. Em um saque de Raphael o Brasil pulou dois
pontos à frente. E Lipe entrou na vaga de Murilo em momento crucial, no
22 a 21. Seu saque fez os brasileiros marcarem mais um ponto. Só não
rendeu o segundo pelo fato de Wallace ter tocado na rede. Esses pontos
renderam a vitória no apertado set.
No lado francês, Laurent
Tillie não se importou apenas com o fato de seu maior pontuador no
campeonato ter sido fundamental nas três fases anteriores. Rouzier não
estava bem nesta tarde, e o treinador sacou o jogador. Foi nesses
momentos que sua equipe mais cresceu. Manteve o craque no banco quase
até o final.
Para lembrar:
A torcida
polonesa era toda a favor dos franceses. Até o hino do país azul,
vermelho e branco foi cantado por muitos na arquibancada. Cada set
vencido era uma explosão.
Para quem gosta de se apegar em
detalhes, nos últimos três Mundiais que ganhou o Brasil perdeu jogos
durante o torneio. Em nenhum deles foi campeão invicto. Neste atual,
perdeu da Polônia na terceira fase. Bom presságio?
Nenhum comentário:
Postar um comentário