Nordestinos são os mais empreendedores

No Ceará, esse resultado é percebido na criação de Startups dos mais variados setores da economia

Davi Vasconcelos e Levi Macario, estudantes de Ciências da Computação e idealizadores do aplicativo Washer. Com o app é possível fazer o agendamento no lava-jato ou pedir o serviço em casa ou no trabalho

FOTO: JOSÉ LEOMAR

Divulgada no dia 27 de agosto, a pesquisa “Juventude Conectada”, realizada pela Fundação Telefônica Vivo, aponta maior responsabilidade dos jovens nordestinos usuários da internet. Dentre outros resultados, o estudo, que contemplou entrevistas com 1440 jovens de todas as regiões do País, entre 16 e 24 anos, de classes sociais A, B, C e D, 

mostrou que a região Nordeste é a que abrange os que mais acreditam que é possível empreender através da rede (52%). No Ceará, esse resultado é percebido em negócios nos quais os jovens arriscam inseridos no contexto de startups.

“O termo ‘startup’ define uma empresa de baixo custo, ágil e flexível, por isso que é muito utilizada para empresas de aplicativos”, explica o professor do curso de Engenharia de Produção da UFC, Rogério Teixeira Mâsih. 

Para o especialista, o cenário é favorável para os jovens, que pensam diferente das gerações anteriores em relação às estratégias de negócios. “Os mais velhos têm uma ideia de empresa que tem sede, muitas pessoas, equipamentos. Para o jovem, a empresa é ele e o notebook, isso favorece empresas mais próximas ao conceito de startups”.

Ideias 

Davi Vasconcelos, de 22 anos, e Levi Macario, de 21, ainda estão cursando Ciência da Computação, mas há pouco mais de três meses começaram a desenvolver o aplicativo (app) “Washer”, com acesso multiplataforma.Prestes a se formarem, Davi e Levi objetivaram um negócio que facilitasse a vida dos proprietários de veículos no momento da limpeza por meio de novas tecnologias. A partir de um sistema de geolocalização, o app detecta quais os lava-jatos cadastrados mais próximos, apresenta tabela de preços e o cliente pode agendar data e horário para a lavagem ou solicitar delivery. 

“Pesquisamos no Brasil e no exterior e percebemos que somos os primeiros a atuar no setor. Vimos que, com o nosso conhecimento e a internet, conseguiríamos fazer o sistema rodar bem mais rápido e com baixo custo”, explica Davi. 

“Como a gente não cobra dos usuários, o nosso negócio é com as empresas. A partir da dificuldade de organização, de gerência, de fidelização do cliente, disponibilizamos um sistema que resolve isso”, completa Levi. 

 “Anjo da guarda”

A Washer foi amparada por uma aceleradora que apoia o negócio, principalmente, no início, elaborando planejamento estratégico, plano de negócios e pesquisa de mercado e mediando o diálogo entre os novos empresários e investidores. 

De acordo com Mâsih, é preciso estar atento ao procurar uma aceleradora, principalmente, se o possível empreendedor não for experiente. “A aceleradora chega como um ‘anjo da guarda’, um grande parceiro que vai suprir lacunas da empresa e articular parcerias que alcancem o mercado global. O interessado deve procurar uma tradicional, associada a algum órgão de pesquisa, com credibilidade”.