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terça-feira, 23 de abril de 2013

SAÚDE COMPORTAMENTAL

40% dos pais dão aos filhos medicações de adulto para combater resfriado, diz estudo

Ignorar informações da bula é o principal erro no caso de remédios que não precisam de receita médica

Por Minha Vida - publicado em 22/04/2013


 Resfriados são muito comuns na infância. Algumas crianças chegam a ter dez deles por ano. Não é por acaso que muitos pais acabam dando, por conta própria, remédios que não necessitam de receita médica para aliviar os sintomas do resfriado dos seus filhos, como tosse, nariz entupido e dor de garganta. Mas um novo estudo, realizado pela Universidade de Michigan e publicado dia 22 de abril, no site norte-americano da University of Michigan C.S. Mott Children's Hospital National Poll on Children's Health, chama atenção para o perigo que cerca esse costume. Muitos desses pais e mães estão dando aos filhos medicações voltadas a adultos, como analgésicos e descongestionantes nasais, que não são apropriadas para as crianças.

Entre os 498 pais e mães avaliados, mais de 40% disseram dar aos filhos com menos de quatro anos remédios para aliviar a tosse ou para múltiplos sintomas do resfriado, e 25% admitiram dar descongestionante nasal aos filhos. Medicamentos, como antitérmicos e analgésicos, possuem a versão infantil com o objetivo de ter a dosagem ajustada para evitar complicações e efeitos colaterais.

Em 2008, o Food and Drugs Administration, órgão federal norte-americano que regula a indústria farmacêutica, definiu que medicamentos vendidos sem receita médica não devem ser usados por crianças com menos de dois anos. Além de não serem comprovadamente eficazes para os pequenos, essas medicações podem causar efeitos adversos perigosos, como reação alérgica, aumento da frequência cardíaca, sonolência, insônia, convulsão, diminuição da frequência respiratória, entre outros. Em resposta, os fabricantes dessas medicações mudaram as bulas, definindo que a medicação não deve ser usada por crianças abaixo dos quatro anos.

Os pesquisadores chamam atenção para a importância de ler com cuidado as instruções da bula do medicamento e entrar em contato com o médico ou pediatra sempre que houver dúvidas sobre o uso de remédios que não requerem receita médica.

Cuidados com remédios

Desde 2009, a Anvisa estabeleceu que todos os remédios devem ser acompanhados da bula do paciente, além da bula técnica já comum nos produtos. Na bula do paciente, deve ser especificada a forma como ele deve ser ingerido e seus riscos específicos de forma clara e objetiva. No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre a melhor maneira de tomar uma medicação e outras crenças tão comuns que sequer são colocadas em dúvida - e muitos desses hábitos podem não só interferir na eficácia do medicamento, como também prejudicar o organismo. Confira os erros mais comuns na hora de ingerir uma medicação:
leite e remédio - Foto: Getty Images

Tomar o medicamento acompanhado de líquidos com sabor

O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de todos os tipos de medicamentos é a água. "Isso porque algumas medicações desencadeiam reações químicas quando ingeridas com sucos, leite, refrigerantes, chás ou café, que podem comprometer sua eficácia", explica a clínica geral Fernanda Galvão, da Amil, em Brasília. De acordo com a especialista, um bom exemplo são os antibióticos com tetraciclina na composição - essa substância reage na presença de cálcio, e portanto tem sua eficácia comprometida se ingeridos com leite.

Outra combinação perigosa e muito conhecida é remédio e bebidas alcoólicas. "O álcool pode tanto potencializar quanto neutralizar os efeitos de um medicamento, em alguns casos ativando enzimas que transformam o remédio em substâncias tóxicas para o organismo", alerta a clínica geral Fernanda. Por isso, na dúvida, sempre tome seus medicamento acompanhados de água apenas. 

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