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sábado, 11 de outubro de 2014

EVANGELHO 12/10/2014




As bodas de Caná - Jo 2,1-11

No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Também Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento. Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm vinho!” Jesus lhe respondeu: “Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!” E eles as encheram até a borda. Então disse: “Agora, tirai e levai ao encarregado da festa”. E eles levaram. O encarregado da festa provou da água mudada em vinho, sem saber de onde viesse, embora os serventes que tiraram a água o soubessem. Então chamou o noivo e disse-lhe: “Todo mundo serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam bastante, serve o menos bom. Tu guardaste o vinho bom até agora”. Este início dos sinais, Jesus o realizou em Caná da Galileia. Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele.
Aquela que recebeu o favor de Deus.

O apreço pela Mãe de Deus entre os fiéis católicos é tal que ela assume os nomes dos lugares e situações em que a devoção tem origem (Fátima, Lourdes, Aparecida). A maternidade de Maria e o seu papel no desígnio salvífico de Deus só podem ser compreendidos à luz do mistério de Jesus Cristo. Maria é tida no evangelho segundo Lucas como aquela que recebeu o favor de Deus. Tal graça é a de gerar, segundo a carne, o Filho único de Deus (Lc 1,26-38).
Na releitura cristã de Ester para a festa de hoje, a súplica da rainha pela vida do seu povo (Est 7,3) é figura de Maria que se consagrou a Deus em favor do seu povo. Maria é para o cristão católico fiel intercessora. Mais ainda, ela é modelo do discípulo, pois é a mulher que escuta a palavra e a põe em prática.
Situado na parte do evangelho segundo João denominada “livro dos sinais” (Jo 1–11), o relato das bodas de Caná é considerado pelo próprio evangelista o “primeiro dos sinais” (v. 11), numa série de sete sinais. Dizer que se trata do primeiro sinal significa que ele é um sinal fundamental para compreender os demais. É preciso sempre ter presente que o evangelho é fruto da experiência pascal dos discípulos. No centro do relato está a pessoa de Jesus que inaugura os tempos messiânicos. Característica do relato das bodas de Caná é que se trata de uma narração simbólica e que, por isso, exige do leitor o esforço de ultrapassar a materialidade do que é narrativamente descrito e do imediatamente dito. As bodas evocam a Aliança de Deus com o seu povo (cf. Os 2,18-21; Ez 16,8; Is 62,3-5). Aliança passada e reiterada ao longo da história decorrida de Israel (Noé, Abraão, Moisés) e Aliança nova e definitiva em Jesus Cristo (cf. Mc 14,22-25; Mt 26,26-29; Lc 22,19-20). O vinho, símbolo da alegria e da prosperidade (Sl 104,15; Jz 9,13; Eclo 31,27-28; Zc 10,7), oferecido por Jesus é melhor do que o primeiro (cf. v. 10). Isto significa que, em Jesus Cristo, a Aliança atingiu a sua plenitude. A mãe de Jesus (vv. 1.3), que ele mesmo no relato designa de “mulher” (v. 4) é símbolo de Israel que espera, confia, suplica e vê realizada a promessa de salvação feita por Deus a seu povo. Na tradição cristã, a Mãe do Senhor é ícone da Igreja.
Carlos Alberto Contieri, sj

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