Papa diz que evolucionismo e Big Bang não contradizem papel de Deus
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Ainda na década de 1950, o então Papa, Pio 12, havia descrito a abordagem científica como válida para explicar o Universo
Discursando
em um encontro da Pontifícia Academia de Ciências, um organismo
independente sediado no Vaticano e financiado em grande parte pela Santa
Sé, Francisco afirmou que as explicações científicas para o mundo não
excluem o papel de Deus na criação.
"O início do mundo não é
trabalho do caos, que deve sua origem a outra coisa, mas deriva
diretamente de um princípio supremo que cria a partir do amor",
declarou. "O Big Bang, que hoje é considerado como a origem do mundo,
não contradiz a intervenção criativa de Deus. Pelo contrário, ele a
requer", argumentou.Para o Papa, a explicação para isso é que, para os seres evoluírem, foi necessária a criação deles em algum ponto. Daí a ideia de que Deus teria tido seu papel no processo de desenvolvimento da Terra. "A evolução requer a criação de seres que evoluem", resumiu.
No passado, a Igreja se opôs às primeiras explicações científicas do Universo, que contradiziam o relato da criação na Bíblia, condenando o astrônomo Galileu Galilei, do século XVII, por ter demonstrado que a Terra girava em torno do sol.
Entretanto, a Igreja tem buscado descartar sua imagem de inimiga da ciência – e os comentários de Francisco ecoaram declarações de seus antecessores.
O papa Pio 12 descreveu a evolução como uma abordagem científica válida para o desenvolvimento dos humanos, nos década de 1950, e João Paulo 2º reiterou a posição, em 1996.
Em 2011, no entanto, Papa Bento 16 disse que as teorias científicas da origem e do desenvolvimento do Universo e dos humanos, embora não entrassem em conflito com a fé, deixavam muitas perguntas sem respostas.
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