Evangelho (Mt 20,20-28)
20Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”.
22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós,
REFLEXÃO
Senhor.A Igreja nos dá, hoje, a alegria de celebrarmos o apóstolo São Tiago, o irmão do apóstolo João; é aquele Tiago que nós conhecemos como o Tiago de Compostela. A tradição nos ensina que foi na Espanha que São Tiago foi martirizado.
O que me chama à atenção nesse jovem seguidor de Jesus, esse discípulo, é que ele era irmão de João e, junto de Pedro, fazia parte daqueles discípulos mais próximos de Jesus; ele acompanhou Cristo na transfiguração e no Horto das Oliveiras. Resumindo: ele participou, de uma forma mais próxima, da intimidade do Mestre, de momentos tão importantes e cruciais da vida d’Ele.
São Paulo está dizendo, hoje, na Carta aos Coríntios, que é em vasos de barro que trazemos essa graça extraordinária, para que possamos reconhecer que tudo o que temos, fazemos e somos não vem de nós, mas sim de Deus.
É uma grande tentação a vanglória e a soberba. Nascemos sem saber nada, e na vida vamos aprendendo a andar, falar, adquirir os dons que vamos, ao longo do tempo, progredindo na vida; depois que conhecemos, inclusive, as coisas de Deus, achamo-nos astros, maravilhosos, dopados de dons e assim por diante.
O símbolo maior que representa a vida é uma caveira. Você pode pensar: “A caveira é o símbolo da morte?” Não! A caveira representa que todos nós vamos virar caveiras um dia. São Francisco pisou na caveira. Sabe por quê? Porque, quando não olhamos para ela, não tomamos consciência daquilo que, de fato, nós somos. Somos apenas barro. Cada apóstolo, cada discípulo de Jesus, com exceção de João, irmão de Tiago, todos foram martirizados e morreram dando a sua vida por Cristo Jesus.
A grande graça que esses apóstolos do Senhor tiveram foi a graça de não se engrandecerem, não se exaltarem, não colocarem confetes naquilo que faziam, mas somente ao Senhor deram o engrandecimento, o reconhecimento, o louvor e a exaltação. Os seguidores de Jesus de hoje não podem fazer diferente. Quando assim o fazem, cresce o culto a nós, e o culto a Deus fica em segundo lugar, e não foi para isso que Deus nos chamou. Ele nos chamou para adorá-Lo, cultuá-Lo, honrá-Lo e levar o Seu nome a todas as nações.
O apóstolo de Jesus dá a sua vida por causa do Reino e não se engrandece. Não nos deixemos entristecer quando não somos reconhecidos, aplaudidos, curtidos e valorizados. Tudo o que fazemos e realizamos é para a maior glória de Deus, senão, o vaso cai por terra e quebra, e a tragédia é grande.
Coloquemos em Deus a direção do nosso coração, porque carregamos a graça em vasos de barro.