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segunda-feira, 12 de março de 2012

Nova versão de Bruno faz advogado de Macarrão renunciar


PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
O advogado Wasley César de Vasconcelos renunciou no final da manhã desta segunda-feira (12) à defesa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-secretário do goleiro Bruno Fernandes de Souza, ambos denunciados pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em junho de 2010.


Vasconcelos deixa o caso após o advogado do goleiro, Rui Caldas Pimenta, afirmar que Bruno vai dizer à Justiça que Eliza está morta e que o mandante do crime é seu ex-secretário particular. A afirmação, feita à Folha na última quinta-feira, foi divulgada na noite de domingo, na estreia do TV Folha, na TV Cultura.


Em contato com a reportagem no final desta manhã, Vasconcelos se limitou a dizer que deixava a defesa de Macarrão por razões de "foro íntimo". Ele disse também que Macarrão já tem um novo advogado.
A reportagem localizou o novo advogado. Trata-se de Leonardo Diniz, que, segundo afirmou, vinha acompanhando o caso desde o final do mês passado, mas que ainda precisa se inteirar dos habeas-corpus apresentados pela defesa anterior de Macarrão sobre os pedidos de liberdade apresentados para o seu novo cliente.
Ele disse que leu a reportagem da Folha desta segunda, mas não quis comentar as declarações de Pimenta. "Por conduta ética, não vou me manifestar. O Macarrão vai se manifestar em juízo, mas não posso antecipar nada", afirmou Diniz, sem revelar qual a posição do seu cliente diante da posição de Bruno de imputar ao seu ex-secretário toda a responsabilidade pelo crime.
NOVA VERSÃO
A Folha apurou que a saída de Vasconcelos do caso está ligada a uma suposta mudança de posição também por parte de Macarrão, que pode vir a assumir a versão de Bruno. Pessoas que atuam ou atuaram na defesa dos oito réus envolvidos no caso sempre disseram que o goleiro, por ter capacidade financeira, sempre exerceu influência sobre os demais réus.
Vasconcelos vinha defendendo todo esse tempo que não havia crime, que não há provas no processo que possa condenar Macarrão e que não há corpo. Contudo, se Macarrão mudar sua posição, todo o discurso do advogado soaria vazio. Sem ter mais como argumentar a favor do seu cliente, ele decidiu deixar o caso.
O advogado de Bruno afirmou que foi Macarrão quem levou Eliza para morrer. Entregou-a ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que matou Eliza, esquartejou o corpo e jogou pedaços dos membros para quatro cães.
Toda essa versão foi contada pelo primo adolescente de Bruno que cumpre medida socioeducativa em Belo Horizonte. Todos os réus negam ter participação no crime.

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