A falta de chuvas no inverno e nesse início da primavera tornou ainda mais crítica a seca no semiárido nordestino. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil, são 1.171 municípios em situação de emergência por conta da prolongada estiagem na região. Em alguns casos, há regiões onde não cai chuva há mais de um ano.
Muitos municípios nordestinos estão enfrentando colapso no abastecimento de água, e cresce o número de comunidades nas zonas rurais que recebem carros-pipa. Por conta da falta de alimentos e água, muitos animais estão morrendo nos pastos, assim como produções inteiras foram perdidas nos últimos meses.
MAPA DA SECA NO NORDESTE
- Mapa mostra Estados que mais sofrem com a seca; as áreas em vermelho são as mais críticas
“A seca está cada vez pior. Até para para construir as cisternas temos que comprar água porque não tem onde pegar em hipótese alguma. Se a gente não comprar, para de construir. Nunca vi na isso na vida, é negócio impressionante”, contou o presidente da ASA (Articulação do Semiárido), organização que congrega mais de 700 instituições do sertão nordestino.
Apesar da estiagem ter "saído do noticiário", os nordestinos não têm dúvida que a situação tem se agravado ao longo dos últimos meses. “O semiárido todo está nessa situação crítica. Já passei várias secas, mas como essa nunca vi. Se não chover em 15 dias, um mês o negócio será muito complicado. Até o mandacaru quer ficava de pé mesmo na seca já arriou. A água que ele guardou na chuva gastou já.”
Na Bahia, Estado mais afetado pela estiagem, com mais de 250 municípios em situação de emergência, o quadro é considerado preocupante, especialmente pelas queimadas.
“O quadro se agravou, já estamos com mais 3 milhões afetadas. Agora, com o aprofundamento desse quadro, começou uma temporada ampla de focos de calor e incêndios. Nesse sentido, o governo decretou emergência 60 municípios”, disse o coordenador da Defesa Civil, Salvador Brito.
Para conter os incêndios, oito aviões estão sendo utilizados --seis do Estado e dois do Instituto Chico Mendes--, além de helicópteros da Polícia Militar, que também participam das ações. “O governo solicitou apoio da Força Nacional dos Bombeiros para dar ajudar no combate aos incêndios.”
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