Encontro vira protesto após assalto a ônibus
O que era para ser apenas um encontro para a divulgação da campanha salarial da categoria de motoristas e cobradores se transformou, após um assalto, em uma paralisação que durou um pouco mais de 1 hora no Terminal do Siqueira na tarde de ontem. Em período de negociações para conseguir o reajuste salarial, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) foram ao terminal para discutir o assunto.
Apesar das reclamações de usuários, motoristas e cobradores pararam, por mais de 1 hora, quando fecharam o Terminal do Siqueira. Foto:Kiko Silva
No entanto, no momento em que o tema era debatido, uma dupla armada abordou o motorista e cobrador de um ônibus estacionado no entorno e levou toda a quantia que estava no caixa do transporte.
A ação revoltou os motoristas e cobradores no local e acabou provocando um protesto que fechou o terminal, impedindo os ônibus de circularem.
“O Ronda do Quarteirão veio depois, mas não adiantou. Eles conseguiram fugir. Os dois homens obrigaram o motorista e cobrador a deitarem no chão, enquanto pegavam o dinheiro. O pessoal do sindicato já vinha para fazer o comunicado da campanha salarial, mas, por causa do assalto, fecharam o terminal em protesto”, explicou o motorista Luís Sá.
O presidente do Sintro, Domingo Neto, diz que a paralisação tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade e do poder público para que alguma solução seja tomada. “Os motoristas e cobradores não aguentam mais a violência. A nossa sugestão é que as linhas de ônibus mais perigosas sejam mapeadas para facilitar o combate a essa violência”, relatou o presidente.
Apesar de reconhecer a importância da paralisação, a auxiliar de telemarketing Charlene Freitas reclamou do horário em que foi feito o protesto. Segundo ela, a população é muito atingida quando a manifestação se dá em horários de pico.
Horário
“Eu entendo o lado deles e também acho que deveria haver mais segurança, mas paralisações não devem acontecer nesse horário. Para a gente que trabalha, chefe nenhum vai entender o atraso por causa de um protesto”, reclamou a passageira.
A vendedora Helaine Nascimento trabalha há seis meses em um dos boxes instalados no Terminal do Siqueira e ressaltou a importância da manifestação. Ela lembra que a violência não acontece somente no entorno do terminal, mas também atinge os passageiros e comerciantes que atuam dentro. Só neste ano, o estabelecimento onde ela trabalha já foi quatro vezes assaltado.
“Acho muito justo o protesto. Tinha um rapaz que trabalhava aqui que precisou pedir demissão por não aguentar a onda de assaltos”, revelou a vendedora.
O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Carlos Ribeiro, criticou a manifestação ao classificar a paralisação como exagerada. “Eu não entendi esse protesto. Eles se preocuparam mais em fazer a paralisação do que em ligar para a Polícia”, reclamou.
O coronel também garantiu que já existe uma ação estratégica da Polícia Militar no combate à violência naquela área e destacou que será enviada uma equipe do Serviço de Inteligência do CPC para investigar o destino dos acusados.
A reportagem ainda tentou contato com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado (Sindiônibus), mas não conseguiu até o fechamento da edição.
Alan BarrosRedação Web
Nenhum comentário:
Postar um comentário