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terça-feira, 7 de maio de 2013

COMPORTAMENTO - MUNDO BABY


Fala do bebê começa a ser desenvolvida no útero da mãe
Ludmilla Ortiz PaivaIncentive os primeiros balbucios do bebê, imite seus sons e faça novos para que ele aprenda


  • Incentive os primeiros balbucios do bebê, imite seus sons e faça novos para que ele aprenda
Um bebê saudável começa a desenvolver a sua capacidade de falar quando ainda está no útero da mãe. Não, ele não começa a falar durante a gestação. "Aos cinco meses, o feto tem audição para entender o ritmo, a intensidade e o tamanho das palavras", afirma a fonoaudióloga Aline Moreira Lucena, mestre em ciências da saúde da criança e do adolescente pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A partir desse momento, todos os sons que ele capta, principalmente as vozes dos pais, serão importantes para repetir e formar o seu repertório ao longo dos meses após o nascimento. Por isso, para os especialistas, é imprescindível que os pais conversem com a criança antes mesmo de ela nascer.
"Converse com o bebê e ouça música com ele. A música tem de ser prazerosa para a mãe –isso ajuda a liberar hormônios de prazer, que afetarão a criança no útero. Ao mesmo tempo, brigas, gritarias e ruídos relacionados ao estresse também podem alterar o desenvolvimento da fala da criança", diz o neuropediatra Mauro Muszkat, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).


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Da Lamaze, "Emily"s Day" é recomendado para bebês a partir de seis meses. Feito de poliéster e fibras, tem cores e texturas variadas para estimular os sentidos da criança. No site www.baby.com.br custa R$ 79,90. Preço consultado em abril de 2013 e sujeito a alterações Leia mais Divulgação

Falando naturalmente

As primeiras tentativas de falar de uma criança normalmente surgem entre o primeiro e o terceiro mês de vida. Nessa fase inicial, segundo Aline, o recém-nascido quer imitar os sons dos pais. "Eles tentam repetir a palavra dita pelo adulto, mas só sai um som gutural, como gaaa ou guuu."
Dos quatro aos seis meses, o bebê balbucia muito. Aline fala que é o momento de experimentar mais: começam a sair sons parecidos com palavras. Essa fase de experimentação dura até os 11 meses. Quando a criança completa um ano, geralmente, ela diz suas primeiras palavras, que são relacionadas aos desejos imediatos, como "água", "dá", "qué", "mãe", "pai".
A partir dos três anos, a criança cria frases com verbos e o vocabulário aumenta para em torno de 300 palavras. "É nessa época que ocorre a explosão da linguagem", diz Muszkat.

Saiba como é o desenvolvimento do bebê até os dois anos

  • Arte/UOL

Como identificar problemas

Além de observar o desenvolvimento de acordo com a faixa etária, é importante verificar não só a fala, mas toda a comunicação da criança. Ela deve compreender comandos, acompanhar objetos e pessoas com o olhar e dar atenção quando alguém conversa com ela.
"Se aos nove meses de vida, a criança não atende pelo nome e não dá tchau, pode ser um sinal de atraso relacionado ao autismo, por exemplo. Já em uma criança que ainda não fala, mas se comunica bem e brinca de faz de conta, o atraso pode estar relacionado a outro problema, que deve ser analisado pelo médico que a acompanha", diz Muszkat.

O que pode atrapalhar a fala

De acordo com o neuropediatra, entre as várias condições que atrapalham o perfeito desenvolvimento da fala, as mais comuns são deficiência auditiva ou intelectual, má formação facial, problemas de cognição e síndromes genéticas. "Muitas vezes, o atraso da fala precede manifestações de problemas neurológicos que só aparecem mais tarde."
"Há doenças neurológicas que apresentam sinais, como a esclerose. Ela provoca manchas na pele que estão relacionadas ao atraso na fala. Crianças com autismo e epilepsia, por exemplo, também podem ter o desenvolvimento retardado", diz.
A falta de prazer no ato de conversar pode causar inibições. Esses casos ocorrem quando a criança viveu alguma situação traumática, de medo ou de sofrimento. Até mesmo a internação em UTI pode ser a razão do retardo da fala.

"Às vezes, ela só fala em condições particulares. Os pais e crianças nessa situação precisam de um apoio importante para criar e sustentar conversas prazerosas", diz a psicanalista Silvana Rabello, especializada em clínica de criança e professora da PUC de São Paulo.
Seja qual for a causa, Muszkat diz que é essencial um diagnóstico precoce, principalmente porque, dependendo do caso, quanto mais cedo o tratamento começa, maior é a chance de recuperação.
"Os primeiros dois anos são muito ativos para a linguagem. Nessa fase, o cérebro é muito plástico e responde com várias modificações, aumentando a conexão entre os neurônios. Crianças de até dois anos que tiveram lesões no cérebro se recuperam com muito mais rapidez do que um adulto. A capacidade de adaptação é maior e deve ser explorada", diz o neuropediatra.
Para Muszkat, é fundamental não esperar o problema se agravar. Ao menor sinal de preocupação, os pais devem levar a criança ao pediatra. "Muitos casos que chegam para mim são relacionados a simples atrasos na maturação da área da linguagem no cérebro. Uma criança assim pode ter apenas um histórico familiar de atraso da fala. Às vezes, demora três, quatro anos para começar a falar, mas, quando começa, fala tudo corretamente, com fluidez. De qualquer forma, vale ter o acompanhamento médico."
Segundo a fonoaudióloga Aline, a procura por ajuda deve começar pelo pediatra da criança. "Dependendo do caso, ele vai dar o primeiro alerta e depois encaminhar para um neurologista, um psiquiatra infantil, um otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo."



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A sessão de fotos "smash cake" (esmagar bolo, em inglês) é uma forma de incrementar a comemoração do primeiro aniversário do bebê. A fotógrafa Karin Michels (www.karinmichels.com.br), responsável pelas fotos a seguir, resolveu investir na modalidade há cerca de um ano e montou em seu estúdio uma estrutura especial para receber seus clientes mirins, como o Caio Furtado Rangel Borges, que aparece neste clique Karin Michels/Divulgação

Dicas para ajudar o bebê a falar

Para a psicanalista Silvana Rabello, o ideal é oferecer um ambiente de diversão sonora para a criança desenvolver plenamente a linguagem, sem se sentir pressionada.
Aline dá a primeira dica. "A partir do momento em que a criança começou a emitir sons, os pais devem incentivá-la, mantendo a conversa. Em certos momentos, imite os sons que ela faz e acrescente novos para que ela também te imite."
Até mesmo a paparicação generalizada do bebê pode impulsionar o desejo da criança de falar. "Quando os avós, os tios e outros parentes brincam com a criança, eles oferecem grandes tentações para o bebê engatar nesse jogo humano de conversar", diz a psicanalista.
Outra excelente maneira de ajudar a desenvolver a fala do filho é colocá-lo em contato com crianças da idade dele. "De creche a cantinho infantil de shopping, vale tudo", afirma Aline.
Cantar músicas, mostrar como a papinha dele é feita, ver revistas, livros: tudo é importante para o aprendizado de novas palavras. "Quanto mais você aguça a curiosidade de uma criança, mais ela vai querer saber. E, quando ela aprende uma palavra nova, ela quer usá-la muito!", diz a fonoaudióloga. E por último, deixe-a livre para brincar. "É no brincar que a criança desenvolve a fala."

O que não fazer

Segundo a fonoaudióloga, quando uma criança é superprotegida, ela é mais facilmente entendida pelos pais do que por outras crianças. Isso gera uma dependência que também afeta o desenvolvimento da linguagem. "Os pais não deixam a criança nem apontar para o que ela quer. Eles já entregam o objeto para o bebê. Tem criança que não aprende a pedir para ir ao banheiro porque alguém sempre a coloca sentada no vaso sanitário", diz.
O uso de diminutivos em excesso é condenado por Aline. "Se o bebê só ouve "inho" no fim de todas as palavras, ele não consegue diferenciá-las. Para uma criança que se chama João, mas só o chamam de Joãozinho, quando chamarem o Henriquinho, por exemplo, ele vai atender. O bebê pensa que o nome dele é 'alguma coisa inho'", afirma a fonoaudióloga.
Ficar o tempo todo na frente da televisão também não é indicado pelas duas especialistas. "Não precisa ser radical e banir a TV do cotidiano da criança. Mas também não é legal deixá-la sozinha na frente do aparelho. É interessante acompanhar, comentar as imagens. A televisão funciona muito bem como um apoio da conversa", diz.

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