Átila Varelaatilasantos@opovo.com.br
Mercados fragilizados pela retração econômica e queda no poder de compra da população. Empresas amargando prejuízos. Essa é a realidade de muitos setores da economia brasileira. Não do varejo farmacêutico. No ano passado, o setor cresceu 12,26%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 3,8%. Mas eles querem mais.
Quem puxou o crescimento foram as grandes redes de farmácias. Estão no topo pela capilaridade. Ou seja: possuem dezenas de unidades espalhadas pelo País. Faturamento foi impactado com a recessão econômica? Pouco. No ano passado, as 9,7 mil unidades das redes venderam 56,2% dos produtos comercializados no País, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
O número representa R$ 46 bilhões dos R$ 82 bilhões de faturamento atingidos pelo setor em 2015. Na composição das vendas, medicamentos com prescrição médica somaram 55% de tudo que foi comercializado, seguido dos remédios sem prescrição (dor de cabeça e febre, por exemplo). Os não medicamentos (produtos de higiene, perfumaria, cosméticos e alimentos) atingiram 12%.
“(As redes) apostam em lojas maiores e em opções de consumo. Uma rede vende mais de 16 mil itens, desde artigos de higiene à perfumaria. Uma farmácia independente vende mil”, diz Sérgio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma. Algumas investem pesadamente em centros de distribuição (CDs), negociam diretamente com as indústrias. Barganham descontos.
Em suma, o cliente pode até entrar numa farmácia de grande rede em busca de um medicamento, mas acaba lembrando que o desodorante acabou e compra também. Achou interessante um chiclete e colocou na cesta. Teve mais opções, comprou mais. E, além do mix de produtos, há uma gama de serviços prestados.
Medições e vacinasAplicação de injetáveis, dosagem de glicemia, checagem do índice de massa corporal e até orientação na parte nutricional. Quem lê pode pensar que se trata de um hospital ou laboratório. Mas são procedimentos que podem ser realizados em farmácias. Basta que a empresa obedeça as regras estabelecidas pelos órgãos de controle e também os decretos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme o ato normativo 44/2009.
Medições e vacinasAplicação de injetáveis, dosagem de glicemia, checagem do índice de massa corporal e até orientação na parte nutricional. Quem lê pode pensar que se trata de um hospital ou laboratório. Mas são procedimentos que podem ser realizados em farmácias. Basta que a empresa obedeça as regras estabelecidas pelos órgãos de controle e também os decretos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme o ato normativo 44/2009.
“É uma tendência mundial fazer exames na farmácia. Pode resolver pequenos problemas de saúde sem ter de ir até o médico ou sobrecarregar os sistemas de saúde”, aponta Sérgio Mena Barreto. Uma das empresas que agregam serviços é a rede Pague Menos, com aproximadamente 300 salas de atendimento farmacêutico.
Ele cita o caso de pessoas que precisam de um monitoramento de glicemia. “Não se trata de prescrever o medicamento, mas sim o farmacêutico acompanhar o tratamento. Não queremos substituir o médico ou laboratório”, destaca.
Nesse sentido, o setor tem um pleito. Apesar da existência da lei federal 13.021/2014, que dispõe da assistência aos clientes e aplicação de vacinas, eles lutam pela regulamentação da Anvisa para que possam prestar os serviços. “Esperamos que a Agência publique uma consulta pública para discutir com a sociedade. Não está na hora de a farmácia assumir determinados papéis?”
Fonte Jornal O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário