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quarta-feira, 29 de junho de 2016

GIRO POR FORTALEZA - Montese é bairro com maior incidência de chikungunya

Caio Faheina
Há pouco mais de um mês, a técnica de enfermagem Stela Maciel, 44, percebeu formações de edemas (acúmulo anormal de líquido) nas pernas. Quatro dias depois, a moradora do Montese já não conseguia andar por causa de dor nas articulações. O diagnóstico só veio com um teste de sorologia: Stela estava com chikungunya — uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “Só aqui na minha rua, sete pessoas tiveram a doença, além do meu pai e da minha irmã, que não moram comigo”, soma.

O caso de Stela é um dos muitos registrados no Montese. De acordo com o último boletim semanal da Célula de Vigilância Epidemiológica, divulgado pela Secretária Municipal da Saúde (SMS) na última sexta-feira, 24, o bairro é o que possui maior incidência de chikungunya em Fortaleza, com 336 casos confirmados. No Antônio Bezerra e na Barra do Ceará, são 239 e 227 casos, respectivamente. Os três são os bairros que concentram a maioria das ocorrências na Capital.
 

Os bairros Cambeba, Cocó, de Lourdes, Praia do Futuro II, Parque Iracema, São Bento e Sabiaguaba foram os únicos a não apresentarem confirmações da doença. Fortaleza, ao todo, confirma 4.495 casos de chikungunya.

Parte dos moradores do Montese são atendidos no posto de saúde Gothardo Peixoto Figueiredo, no bairro Damas. Segundo a enfermeira Marinna Andrade, no local, o fluxo de pessoas que alegam dores nas articulações e inchaços pelo corpo é “impressionante”. Ela diz que, em 2016, 90 casos de chikungunya foram identificados na unidade. Desses, 63 foram registrados só este mês.

Mesmo o Montese apresentando quantidade significativa de pessoas confirmadas com a febre, os bairros que compõem a Regional III totalizam 1.196 casos comprovados. Em seguida, aparecem as Regionais I, IV, V, VI e II.

Conforme o boletim mais recente da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), publicado no dia 17, dos 151 municípios cearenses com suspeitas notificadas, 60 apresentaram confirmações da febre.

Óbitos
No dia 17, um homem e uma mulher de 88 e 89 anos, respectivamente, tiveram mortes confirmadas por chikungunya no Ceará. Foram os primeiros óbitos causados pela doença no Estado.

Além das duas mortes validadas, conforme o boletim, 11 óbitos estão sendo investigados — cinco somente na Capital. Com o comunicado da SMS do dia 24, dois deles já foram descartados. Os municípios de Crateús, Russas, Quixelô e São Gonçalo do Amarante têm uma suspeita cada. Em Quixadá, duas mortes ainda estão em processo de confirmação.

Conforme o boletim da Sesa, os adultos com idades entre 41 e 50 anos representam a maioria dos casos confirmados no Estado. O sexo feminino predomina nas estatísticas, com exceção das faixas etárias entre 5 e 9 anos, e mais de 80 anos — predominadas por homens.

Saiba mais


Em 2016, até o último dia 17, foram notificados 56.631 casos de dengue no Ceará, conforme boletim da Sesa. Como a chikungunya, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti. Do total, 14.524 (36,3%) foram confirmados. O número diminuiu a partir do fim de maio, quando comparado ao mesmo período de 2015.


Ao todo, 142 dos 184 municípios cearenses têm casos de dengue. Em relação à faixa etária, a maiorias dos casos identificados tinha de 20 a 29 anos. Foram validados, até agora, seis óbitos por dengue, o que representa uma redução de 66,6% em comparação ao mesmo período de 2015, quando foram reconhecidos 18 óbitos.
Fonte Jornal O Povo

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