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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

SAÚDE DA MULHER

Entenda os sintomas da endometriose

A endometriose é invisível, mas os sinais de sua presença no organismo são, na grande maioria das vezes, bem perceptíveis, manifestando-se por meio dos seguintes sintomas:
  • Resultado de imagem para imagem endometriose
  • Cólica menstrual
  • Infertilidade
  • Dor na relação sexual, descrita na profundidade da vagina (no fundo da vagina)
  • Alterações no intestino na época da menstruação, em casos de endometriose que envolve a região (apresentando sintomas como diarreia, intestino preso, sangramento anal)
  • Alterações na bexiga e vias urinárias na época da menstruação, em casos de endometriose que envolve o aparelho urinário (percebidas pelo aumento no volume das micções, dor ao urinar ou sangramento na urina, por exemplo)
  • Dor contínua, independente da menstruação, principalmente em casos de endometriose mais avançada, com grande quantidade de aderências nos órgãos pélvicos
É importante lembrar que a quantidade de sintomas não tem relação com o volume e a intensidade da doença. Isso significa que nem sempre mulheres com muitos sintomas apresentam o grau mais severo da endometriose.

Cólica Menstrual

Considerada um dos mais frequentes sintomas da endometriose, pode ser classificada em diferentes graus:
  • Leve: quando a paciente não precisa usar medicamentos para minimizar os sintomas
  • Moderada: quando a paciente precisa de medicamentos, suficientes para melhorar a dor
  • Severa: quando a paciente não tem qualquer melhora dos sintomas, mesmo consumindo medicamentos
  • Incapacitante: quando a paciente tem dores tão intensas que a incapacitam de exercer atividades diárias, necessitando de internações hospitalares para aliviar incômodos ou mesmo para tratar outros sintomas, tais como náuseas, vômito, diarreia, febre ou cefaleia.
É importante esclarecer mais uma vez que a intensidade da dor não tem relação com a quantidade ou o grau da endometriose.
Em relação aos fatores de risco que poderiam influenciar no grau das cólicas menstruais, alguns estudos demonstraram que a idade precoce da primeira menstruação, períodos menstruais prolongados, tabagismo, obesidade e consumo de álcool poderiam estar associados a ocorrências mais severas.

Dor Crônica ou Acíclica

É uma dor que persiste por pelo menos seis meses, não associada ao ciclo menstrual. Acredita-se que os fatores que causam a dor sejam decorrentes dos focos da doença ou secundários a alterações dos tecidos, por conta dos processos aderenciais e fibrose.
A presença de aderências pélvicas e o número de intervenções cirúrgicas contribuem para piorar os incômodos deste sintoma.

Dor nas Relações Sexuais

Vários estudiosos apontaram este tipo de dor como um dos mais frequentes em mulheres vítimas da endometriose, acometendo os ligamentos útero-sacros, região retrocervical, septo retovaginal e regiões intestinais baixas, como reto e sigmoide. Outros explicaram a associação entre a severidade da dor à relação sexual e o grau de infiltração da endometriose.

Alterações Urinárias Cíclicas

São alterações urinárias relacionadas principalmente ao período menstrual. A endometriose que acomete a região urinária - atingindo a bexiga - costuma manifestar-se por dor abdominal baixa, aumento da frequência das micções, dor ao urinar, sangramento urinário ou infecções urinárias de repetição. Os sintomas podem aparecer em qualquer fase do ciclo, mas torna-se mais intenso no período pré-menstrual e menstrual.

Alterações Intestinais Cíclicas

Relacionadas principalmente ao período menstrual. Geralmente, os sintomas intestinais aumentam na menstruação, sendo mais intensos quando a endometriose envolve regiões como intestino (reto e sigmoide), ligamentos útero-sacros, região retrocervical e septo reto-vaginal.
Clinicamente, a mulher com doença profunda pode apresentar queixa de dor pélvica, dor nas relações sexuais, além de sintomas específicos relacionados à região intestinal, como dor durante a evacuação, diarreia e sangramentos anais cíclicos. Tais variações dependerão da extensão e profundidade da doença.

Infertilidade

Hipóteses de que a endometriose cause infertilidade ou diminua a fecundidade ainda são controversas. Apesar de existirem evidências que demonstram associação entre a doença e a infertilidade, uma relação de causa e efeito ainda não foi estabelecida. Questões como qual o melhor tratamento para infertilidade associada à endometriose ou se a doença realmente apresenta relevância quando o principal sintoma é a infertilidade, ainda são discutidas.
Em mulheres com menos de 35 anos, a taxa de fecundidade mensal é de cerca de 12-15%. No entanto, em pacientes com endometriose, este número tende a cair: de 2% a 10%. A prevalência da endometriose em mulheres em idade reprodutiva é estimada entre 6% e 44%. Estudos recentes sugerem que 25% a 50% das mulheres inférteis apresentam endometriose e que 30% a 50% das mulheres com endometriose são inférteis, fato atribuído a alterações imunológicas, hormonais e sistêmicas.
Vários mecanismos tentam explicar como a endometriose diminui mensalmente as taxas de fecundidade. A justificativa mais provável é o dano anatômico pélvico, principalmente em casos de doença avançada, além de deficiências ovarianas, alterações do ambiente peritoneal, falhas de implantação e maiores taxas de abortos precoces.

Anormalidades Endócrinas

Foliculogênese Anormal
Mulheres com endometriose apresentam irregularidades na produção de folículos no organismo. São portadoras de níveis hormonais anormais, alterando e diminuindo o crescimento folicular, além de registrar uma fase folicular que tende a ser mais curta.
Anovulação
Algumas pacientes são anovuladoras (sem ovulação, os ovários falham e não liberam um óvulo) ou portadoras de algum grau importante de oligo-ovulia. Outras podem apresentar ciclos menstruais regulares, níveis normais de estradiol (hormônio sexual predominante, presente nas mulheres) e progesterona, portanto, com foliculogênese e luteinização (produção de corpo-lúteo, estrutura que se forma no local de um folículo ovariano após liberaração de um óvulo) normais, mas o fenômeno de liberação do oócito (células germinativas femininas ou células sexuais produzidas nos ovários) a partir do folículo dominante não ocorre, mesmo após o pico de LH (hormônio luteinizante), constituindo a chamada síndrome do folículo luteinizado não-roto (LUF).
Em 60% das pacientes com endometriose, a função do corpo lúteo é inadequada, podendo resultar em infertilidade ou abortamento precoce.

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