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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

EM TEMPO

CNBB irá orientar católicos a não votar em candidatos que "recorram a mais violência"

Durante lançamento da Campanha da Fraternidade 2018, na tarde desta quarta-feira, 14, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, disse que "a Igreja está orientando os eleitores, ajudando a formar sua consciência" e a "identificar quais os candidatos estão comprometidos com a paz", colocando uma restrição: "É um equívoco achar que superaremos a violência, recorrendo a mais violência."
A Campanha da Fraternidade deste ano trata da “Fraternidade e a superação da violência”. A afirmação de dom Sergio da Rocha se deu após ser questionado sobre como a Igreja irá se posicionar sobre os candidatos que defendem revogação ou restrição do estatuto do desarmamento e liberação do porte de armas em alguns casos.
Estavam presentes no lançamento a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, e o secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça de Paz (CBJP) da CNBB, Carlos Moura.
A decisão da CNBB, que também manifestou apoio a campanha de desarmamento, vai de encontro às propostas do presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Na apresentação do texto da campanha, Carlos Moura alegou que uma alteração do Estatuto do Desarmamento teria consequências ainda mais drásticas para a comunidade negra, vítima dos maiores índices de violência do Brasil.
Durante coletiva de imprensa com jornalistas, dom Leonardo Steiner ainda afirmou que a Igreja Católica vê as reformas do presidente Michel Temer (MDB) como forma de violência. "Claro que são violências. Nós sentimos isso", disse, citando ainda enredo de "Carnaval" da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no Rio de Janeiro, que "mostrou tanto a violência quanto a corrupção, as chamadas reformas sem ouvir o povo, os aposentados".
O presidente da CNBB dom Sergio da Rocha falou ainda de "perda de direitos sociais" e disse que a Igreja tem feito alerta contra as reformas, e de que a reforma da Previdência está no "caminho da exclusão social". "Não podemos admitir que mais pobres, mais vulneráveis, possam arcar com sacrifícios maiores quando se trata de reformas e mudanças sociais", disse dom Sergio.
Redação O POVO Online 

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