Filhos de ex-presidente do Fortaleza testemunharam tiroteio em escola da Flórida; confira relato
Luís Henrique, 16 anos, e Ana Cecília, 15, filhos do empresário cearense Luís Eduardo Girão, testemunharam o tiroteio na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no condado de Broward, sul da Flórida. Luís Eduardo presidiu o Fortaleza Esporte Clube no ano passado. A tragédia deixou 17 pessoas mortas e várias outras feridas, na tarde desta quarta-feira, 14.
Ana Cecília estuda no bloco onde houve o tiroteio. Era quase o fim do horário escolar. Na sala de aula, ela presenciou o momento que o professor, ao ouvir os primeiros tiros, tentou fechar a porta, foi baleado e morto.
“Fechar as portas é procedimento padrão. Por um milagre, ele (o atirador) não entrou na sala dela. O professor foi um herói”, disse Girão ao O POVO Online.
A adolescente e os colegas tiveram de permanecer na escola por mais 1h40min até serem levados pela polícia local para prestar depoimento em estrutura emergencial montada pelo FBI (Gabinete Federal de Investigações dos EUA) em hotel próximo à escola. Ana só foi liberada à noite.
O empresário conta que, excepcionalmente, ia buscar os filhos na escola, quando Luís Henrique o informou do que inicialmente pensava-se ser um incêndio. Logo após, soube dos tiros. O ex-presidente do Tricolor gravou um vídeo com seu filho momentos após a tragédia.
“Vi logo muitos carros de polícia e familiares de outros alunos chegando. Ana Cecília ainda não teve notícias sobre os colegas, ficou abalada e rezou muito”, completou Girão.
Críticas
“As coisas acontecem na vida para tirarmos algum aprendizado. Pra mim, está claro que essa liberdade na compra de armas de fogo, assim como querem permitir no Brasil, é a pior coisa que pode acontecer”, opinou Girão.
O empresário mora nos Estados Unidos desde 2015 e voltou ao Brasil em 2017 para presidir o Fortaleza durante seis meses. A família hoje mora em Parkland, uma cidade de 30 mil habitantes a 60 quilômetros de Miami.
A escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas foi palco do tiroteio em massa por volta das 15 horas (17 horas no Ceará) desta quarta-feira, 14.
Além dos 17 mortos, "pelo menos outros 14 estudantes e adultos feridosforam levados ao hospital", disse o chefe da Polícia local, Scott Israel. O principal suspeito do massacre foi identificado como Nicolás Cruz, um jovem de 19 anos, ex-aluno da escola, expulso por problemas disciplinares.
De acordo com Israel, o suspeito tinha muita munição para armas semiautomáticas. "Pensamos que tinha um fuzil AR-15. Não sei se possuía um segundo fuzil", comentou, em coletiva de imprensa.
Repercussão
Imagens divulgadas por TVs dos EUA mostraram alunos deixando o prédio sendo escoltados por policiais armados.
O presidente Donald Trump afirmou, no Twitter, que "nenhuma criança nem professor deveria sentir-se inseguro em uma escola dos Estados Unidos”.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, também comentou logo após o ataque: "nossos corações estão partidos por todas as vítimas e as famílias afetadas pelo terrível ataque de hoje”.
O tiroteio lembrou a mídia internacional do atentado em Orlando, também na Flórida, em junho de 2016. Naquela tragédia, 50 pessoas foram mortas quando um homem abriu fogo em uma casa noturna popular entre o público gay.
Com informações da Deutsche Welle Brasil
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