Gentileza. Agradar para conquistar
Urbanices
O aperreio que Maria das Dores Honorato passou há alguns anos, ela não deseja ao pior inimigo. Linda, a cadela mestiça criada com tanto carinho, agonizava doente. Vendo o sofrimento da cachorra, não pestanejou: foi atrás de pegar um ônibus com o animal, levando o bicho dentro de uma sacola de pano em busca de um veterinário. O olhar de reprovação do motorista e dos passageiros deixou a mulher em grande constrangimento. “E a bichinha tava bem quietinha”, relembra.
O aperreio que Maria das Dores Honorato passou há alguns anos, ela não deseja ao pior inimigo. Linda, a cadela mestiça criada com tanto carinho, agonizava doente. Vendo o sofrimento da cachorra, não pestanejou: foi atrás de pegar um ônibus com o animal, levando o bicho dentro de uma sacola de pano em busca de um veterinário. O olhar de reprovação do motorista e dos passageiros deixou a mulher em grande constrangimento. “E a bichinha tava bem quietinha”, relembra.
Das Dores teve, então, a ideia de sugerir ao marido taxista a oferecer serviço de transporte com animais e ajudar a outras pessoas nesses momentos de aflição. No início, Roberto Monteiro, o cônjuge, ficou cabreiro. Refletiu, pensou melhor e enxergou, nesse tipo de serviço, uma grande possibilidade de negócio. Da resistência veio o seu maior nicho de mercado e a procura tem sido cada vez maior, “com a benção de Deus”, segundo diz. “Ainda mais com a crise do jeito que tá. A gente tem que se rebolar”, brinca Roberto.
Foi assim que nasceu uma cadeia de taxistas com cerca de 30 motoristas “amigos do animal” - de um total de 60 permissionários da Rede Táxi Amigo Fortaleza. E, mesmo realizando esse transporte, o carro dele está sempre limpo e com cheiro agradável. “Eu escovo e aspiro o carro e ainda coloco Bom Ar para tirar qualquer odor. Nunca ninguém reclamou”, diz. Roberto já tem cerca de 60 clientes fixos. “E estou só no começo”, anima-se.
Falta de emprego como mudançaFoi quando a cadela Lilly ficou doente que Rodrigo Souza, 30, percebeu como era difícil transportar a pitbull até o veterinário. A partir do próprio exemplo, enxergou a possibilidade de ganhar dinheiro com esse tipo de serviço. Ele, que após amargurar meses de desemprego havia assumido uma vaga como motorista de Uber, vem ampliando a clientela graças ao transporte de animais. “Eu peço só que o cliente leve o gato em uma gaiola ou caixa para proteger o animal”, explica. Com a divulgação do serviço, o negócio começa a render frutos.
Foi assim que nasceu uma cadeia de taxistas com cerca de 30 motoristas “amigos do animal” - de um total de 60 permissionários da Rede Táxi Amigo Fortaleza. E, mesmo realizando esse transporte, o carro dele está sempre limpo e com cheiro agradável. “Eu escovo e aspiro o carro e ainda coloco Bom Ar para tirar qualquer odor. Nunca ninguém reclamou”, diz. Roberto já tem cerca de 60 clientes fixos. “E estou só no começo”, anima-se.
Falta de emprego como mudançaFoi quando a cadela Lilly ficou doente que Rodrigo Souza, 30, percebeu como era difícil transportar a pitbull até o veterinário. A partir do próprio exemplo, enxergou a possibilidade de ganhar dinheiro com esse tipo de serviço. Ele, que após amargurar meses de desemprego havia assumido uma vaga como motorista de Uber, vem ampliando a clientela graças ao transporte de animais. “Eu peço só que o cliente leve o gato em uma gaiola ou caixa para proteger o animal”, explica. Com a divulgação do serviço, o negócio começa a render frutos.
“Um amigo indica o outro e, assim, vou chegando em todo o canto”, comemora ele, que mora no Sítio São João, no bairro Jangurussu. E para Rodrigo não tem essa história de distância. Ele atende a toda Fortaleza, mesmo para cães agitados ou valentes. Nesse caso, exige focinheira. “Os cuidados são mais pela segurança do próprio animal”, previne. O trabalho fez o motorista descobrir alguns truques. Deixar o carro ligado com ar quente, por exemplo, tira qualquer mau odor. E ainda garante o sustento de casa. “Estou começando muito bem”, orgulha-se.
BIBLIOTECA MÓVEL
Tem um livro no meio do caminhoEle carrega uma minibiblioteca no porta malas do táxi. “A gente tem que dar opção ao cliente. Aqui tem desde livro de autoajuda, romance, ficção científica, até revista para noiva”, enumera o taxista Francisco Carlos da Silva, 55, conhecido como Carlos Careca. Em cada livro do acervo, que já conta mais de 50 volumes, tem seu nome e o número do telefone para que os clientes voltem, com ou sem os livros.
A biblioteca móvel começou há cerca de seis meses. Veio para driblar os aplicativos de táxi e a concorrência com o Uber. É um atrativo a mais durante a viagem e também faz as vezes de aconchego, para a falta do que fazer dos clientes nos longos engarrafamentos. Muitos acabam sendo doados aos leitores. “A maioria do meu acervo foi de doação, então eu repasso. E peço que a pessoa, depois de ler, entregue a alguém”, explica.
Só um deles se mantém ali, de forma especial, sem entrar na lista das doações: Geografia de Dona Benta, de Monteiro Lobato, resgatado por Carlos Careca no lixo. O taxista fez a higienização do livro e o carrega com carinho único, quase como um amuleto, diante da rotina vivida na geografia urbana de Fortaleza.
Fonte: O Povo
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