Após Mossul, próximo alvo é Raqqa, capital do Estado Islâmico na Síria
Cidade é a principal do grupo terrorista no país em guerra.
Extremistas já estão fugindo para lá após ofensiva anti-EI em Mossul.
Depois de Mossul (Iraque), o próximo alvo da coalizão internacional anti-extremista liderada pelos Estados Unidos é a cidade síria de Raqqa, a primeira cidade em importância que o grupo Estado Islâmico (EI) conquistou.
O presidente francês, François Hollande, advertiu que os extremistas do EI já estão fugindo para Raqqa diante do avanço das tropas iraquianas e das milícias curdas sobre Mossul.
Nesta sexta-feira (21), o secretário de Estado adjunto americano Antony Blinken disse que a coalizão internacional contra o EI deve agora visar Raqqa. "Precisamos fazer as duas coisas, Mossul no Iraque e Raqqa na Síria", disse Blinken à emissora de rádio RTL de Paris."Não podemos nos permitir cometer erros ao perseguir os terroristas que estão fugindo de Mossul para Raqqa", disse, destacando que a cidade síria é o próximo alvo.
"Desta cidade, o Daesh planeja os ataques externos. Raqqa é a verdadeira capital", afirmou Blinken.
Localizada em uma margem do rio Eufrates, perto da fronteira com a Turquia, Raqqa tem cerca de 200 mil habitantes e, em março de 2013, tornou-se a primeira capital de província síria a cair nas mãos dos rebeldes.
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Na época, foi a Frente Al Nusra, braço da Al Qaeda no país, que conseguiu arrebatar seu controle do regime de Bashar al Assad, mas depois desavenças internas entre os extremistas levaram a uma cisão da qual surgiu o Estado Islâmico.
Os combatentes começaram a impor à população um código de vestimenta islâmica e lançaram ataques contra as igrejas, dando início a um reinado do terror no qual se multiplicaram os sequestros e as decapitações.
As piores atrocidades
Em 6 de janeiro de 2014, combatentes do EI declararam guerra total contra seus antigos aliados da Frente al Nusra e tomaram o controle de toda a cidade.
Em 6 de janeiro de 2014, combatentes do EI declararam guerra total contra seus antigos aliados da Frente al Nusra e tomaram o controle de toda a cidade.
Cinco meses depois, Mossul caiu nas mãos dos extremistas e em 29 de junho o líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi, proclamou o nascimento de um "califado" entre Iraque e Síria.
Raqqa continuou sendo o cenário das piores atrocidades, como o apedrejamento de uma mulher acusada de adultério, as crucificações ou o lançamento de homossexuais de um terraço.
Em fevereiro de 2015, o grupo publicou um vídeo em que aparecia um soldado jordaniano da coalizão que luta contra o EI queimado vivo pelos extremistas na província de Raqqa.
Segundo sua rígida interpretação do código islâmico, os extremistas impuseram na cidade a proibição do álcool e de cigarros, forçaram os homens a deixar crescer a barba e as mulheres a usar niqab (véu integral) em público.
O comércio também está regulado e só se permite a casais casados fazer compras juntos. A roupa à venda não pode ser muito justa, transparente ou muito adornada.
Na praça central, há comércio de escravas sexuais, muitas delas prisioneiras da minoria yázidi, e ali os opositores são torturados.
A cidade fica a 550 km de Damasco e para lá peregrinam os jihadistas estrangeiros que querem se unir ao grupo. Na província, o grupo pode explorar desde agosto de 2014 os cultivos de trigo e algodão, além de gerar renda com os campos de petróleo.
Desde o início dos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, em setembro de 2014, o grupo perdeu terreno na fronteira com a Turquia. No entanto, até agora conseguiu manter o controle de Raqqa.
Fonte: France Presse
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