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domingo, 27 de novembro de 2016

EM TEMPO

Água em falta. Cagece estuda bandeira tarifária para consumo

O açude Gavião abastece a RMF. Está em 81,53% de volume

 


A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) estuda aplicar bandeira tarifária para o consumo de água quando o Estado tiver reúso dos efluentes do esgoto de Fortaleza e de dessalinização do mar. Os projetos e a criação da bandeira têm previsão para 2018, pois a viabilidade econômica e a burocracia de licenciamento e construção são empecilhos.

Essa é uma das possibilidades para tratar o problema crônico da falta d’água no Estado. Em termos de reúso, há projeto piloto. “São efluentes que são lançados no rio Pacoti a serem usados para a área verde do Aquiraz Riviera. No curto prazo, para Fortaleza, Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, diz que já conseguiu reduzir o abastecimento da Cidade, que era de 9,3 m³/s para 8,1 m³/s. “Há dias em que se conseguiu reduzir em 1,2 m³/s a oferta de água para a Capital”, explica.

Para haver reúso de água, Cláudia Caixeta, gerente de mercado da Cagece, diz que o empresário ou a população não vai querer trocar uma água que custa hoje R$ 0,90 por metro cúbico (m³) por uma que vai sair no mínimo R$ 3,50 o m³ no caso do reúso.

Para tirar o sal da água, além de parceria público-privada (PPP), no qual o projeto é de cerca de R$ 700 milhões para tratar um m³/s, a água sai pelo valor de no mínimo R$ 4 o m³. “Estamos buscando como conseguir viabilizar essas tecnologias”, diz.

Duas formas de viabilizar são diluir essa conta com clientes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) ou aplicar bandeira tarifária no consumo de água. No setor energético, há as bandeiras verde, amarela e vermelha, que indicam se a energia custa mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade no mês.

A sobretaxa seria de acordo com a adição de água tratada do esgoto ou mar à rede da Cagece ou da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) do Governo do Estado, que fornece água para as indústrias. A água de reúso seria para irrigação, ou água de banheiro das indústrias, e a dessalinização para consumo humano.

Teixeira diz que, em relação ao reúso, a modelagem que a Cagece fez para o projeto está na Procuradoria Geral do Estado (PGE). “O projeto será por meio de sociedade de propósito específico (SPE). O estudo de viabilidade já foi desenvolvido para o reúso. Agora é avançar para tratar o esgoto de Fortaleza”.

A dessalinização seria realizada ou no mar do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, ou do Mucuripe, em Fortaleza. “A ideia é que a gente encontre o menor preço possível. Temos preços que variam de US$ 0,60 a US$ 1 o m³.
 DICIONÁRIO
Uma sociedade de propósito específico (SPE), é uma sociedade empresária cuja atividade é bastante restrita, podendo em alguns casos ter prazo de existência determinado, normalmente utilizada para isolar o risco financeiro da atividade desenvolvida.

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