Fila de espera de transplante no Ceará
é de uma semana
A aposentada Ozelina Maciel Rodrigues, 64, realizou seu terceiro transplante de córnea há três meses, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). “Agora, é só alegria. Já faço tudo sozinha. Não dependo mais de ninguém. Consigo pegar ônibus sozinha, porque antes eu não conseguia ler, escrevo, coloco a senha no cartão. São coisas que eu não fazia porque não tinha mais visão”, comemora.
Ontem, a aposentada esteve no encontro promovido pelo Banco de Olhos do HGF em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Órgãos. Após seu depoimento para a plateia formada de familiares de doadores e transplantados, dona Ozelina garantiu que será uma doadora. “A gente tem que fazer o bem, né? Sei que é uma dor para quem perde um ente familiar, mas não deixa de ser uma alegria para quem recebe um órgão que precisa”, concluiu.
No Brasil, o Dia do Doador de Córnea foi comemorado, ontem (13). Há 10 anos, nesta mesma data, o HGF promove o encontro entre os receptores. “O ato de doar é de muita responsabilidade. Somos responsáveis, nós que trabalhamos com a área de saúde, do transplante, de não só realizar a abordagem da família, como também de captar com boa técnica e delicadeza devida, e processar e distribuir essas córneas aos centros doadores”, disse o oftalmologista e diretor técnico do Banco de Olhos do HGF, Sisley Jean Viana.
De acordo com o diretor, desde o ano passado o estado do Ceará conseguiu zerar a fila de transplante de córnea. A conquista, segundo destaca, não é somente de competência do órgão, mas de sensibilização do povo cearense que está mais consciente e doando mais. “Para o transplante de córnea, a fila de espera era de quatro anos, depois reduziu para dois anos, e no último ano conseguimos zerar a fila, ou seja, a pessoa que precisa de uma córnea normalmente espera por uma semana, que é o tempo para os trâmites legais para realização. Hoje, o Ceará já faz o envio de córnea para outros estados que ainda não estão com a fila zerada”, informou.
Até novembro, o Banco de Olhos captou 322 doações e realizou 404 transplantes, sendo 19 realizados no próprio HGF. Desde que o setor foi inaugurado, em 2006, até dezembro de 2016, já foram realizadas 6.598 transplantes e 5.082 doações.
Exemplo de amor
Acompanhada do neto Marcelo Henrique, 12, Maria de Fátima Guimarães conta que não falta a um encontro. Ela já perdeu três filhos e todos foram doadores de córnea. “Minha família é doadora. Meus filhos vivos e noras são doadores de sangue, meus filhos que morreram foram doadores de córnea. Para mim, faço de coração, é um ato de amor”, disse. O neto, filho de um dos filhos mortos de Maria de Fátima, também já diz que será um doador. “Quando crescer vou ser doador, acho muito importante. Várias pessoas precisam de alguma coisa e a gente tem bastante, e quando a gente morre não vai precisar mais. Meu pai foi doador e eu vou ser”, disse o pequeno Marcelo. A avó completa: “Ele só fala em doação. Diz que quando eu não estiver mais viva, ele gostaria de doar tudo que precisar, e eu quero é que tudo seja doado mesmo”, falou.
Acompanhada do neto Marcelo Henrique, 12, Maria de Fátima Guimarães conta que não falta a um encontro. Ela já perdeu três filhos e todos foram doadores de córnea. “Minha família é doadora. Meus filhos vivos e noras são doadores de sangue, meus filhos que morreram foram doadores de córnea. Para mim, faço de coração, é um ato de amor”, disse. O neto, filho de um dos filhos mortos de Maria de Fátima, também já diz que será um doador. “Quando crescer vou ser doador, acho muito importante. Várias pessoas precisam de alguma coisa e a gente tem bastante, e quando a gente morre não vai precisar mais. Meu pai foi doador e eu vou ser”, disse o pequeno Marcelo. A avó completa: “Ele só fala em doação. Diz que quando eu não estiver mais viva, ele gostaria de doar tudo que precisar, e eu quero é que tudo seja doado mesmo”, falou.
Para doar
Conforme explicou o oftalmologista Sisley Jean, para tornar-se um doador basta manifestar o desejo à família. “Nos hospitais há uma equipe que conversa com as famílias com potencial doadoras e através dessas conversas é selado o acordo da doação”, ressaltou. O tempo para ser feita a captação da córnea após a morte é de até seis horas. Se o óbito ocorrer em unidade hospitalar, o tempo é de até 24 horas. A pessoa doadora precisa ter no mínimo dois anos e no máximo, 70.
As córneas captadas nos hospitais do Ceará são levadas ao Banco de Olhos do HGF, onde são preparadas para ser disponibilizadas na Central de Transplantes, que são distribuídas entre Fortaleza, Sobral e Barbalha. Todas passam por processo de preservação para manter os tecidos vivos e aptos para doação por até 14 dias.
Conforme explicou o oftalmologista Sisley Jean, para tornar-se um doador basta manifestar o desejo à família. “Nos hospitais há uma equipe que conversa com as famílias com potencial doadoras e através dessas conversas é selado o acordo da doação”, ressaltou. O tempo para ser feita a captação da córnea após a morte é de até seis horas. Se o óbito ocorrer em unidade hospitalar, o tempo é de até 24 horas. A pessoa doadora precisa ter no mínimo dois anos e no máximo, 70.
As córneas captadas nos hospitais do Ceará são levadas ao Banco de Olhos do HGF, onde são preparadas para ser disponibilizadas na Central de Transplantes, que são distribuídas entre Fortaleza, Sobral e Barbalha. Todas passam por processo de preservação para manter os tecidos vivos e aptos para doação por até 14 dias.
Fonte: O Estado
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