O adeus a uma lenda do soul
O cantor vinha ao Brasil todos os anos, onde chegou a fazer mais de 280 shows. Muitos destes espetáculos foram apresentados aqui no Ceará
Camila Holandacamilaholanda@opovo.com.br
A semana começou com a notícia da morte de mais um expoente do soul norte-americano. Depois de enfrentar um câncer no pâncreas, o músico Billy Paul morreu em casa, aos 81 anos, no último domingo, dia 24. Três dias antes, o corpo do cantor Prince havia sido encontrado na casa onde morava, também nos EUA. Perde a música. Billy era desses cantores que embalavam os fãs com hits já consagrados, e que não deixava de encantar pela voz rouca embalada em arranjos sofisticados. Na lista de sucessos estão Me and Mrs. Jones (Gary Gilbert/ Kenneth Gamble/ Leon Huff), Your Song (Elton John/ Bernie Taupin), July, July, July, July (Kenny Gamble/ Leon Huff) e Only the strong survive (Jerry Butler).
Billy Paul era conhecido pelas muitas vindas ao Brasil, onde fez mais de 280 shows, e ao Ceará. Aqui no Estado, ele subiu aos palcos de locais como Náutico Atlético Cearense, BNB Clube, Aterro da Praia de Iracema (Réveillon 2013), Siará Hall (onde fez o show de estreia da casa, em 2005) e Espaço Brilhante Eventos da Casa Cor. Amigo e empresário do cantor norte-americano, Décio Cotomácio era quem trazia os espetáculos de Billy Paul para o Brasil. De fã a funcionário e amigo, ele conta que se conheceram ainda em 1976, quando trabalhava como segurança em uma casa de shows de São Paulo. “Eu era fã. O primeiro disco dele que comprei foi quando eu tinha 14 anos. E disse para minha mãe que tinha sonhado que conhecia o Billy. E conheci mesmo”.
De segurança pessoal do músico, Décio se tornou empresário. “Em 1989, o Billy me convidou para ir à casa dele, nos Estados Unidos. Lá, ele fez o convite para eu ser empresário. Em 1990, começamos a parceria”. Depois disso, os laços pessoais foram se estreitando, e Billy foi padrinho de batismo do filho de Décio. Anos depois, o empresário foi uma das pessoas que ajudaram o cantor a tratar e superar o vício em álcool e drogas. “Os verdadeiros amigos batalharam para que ele conseguisse parar. E ele conseguiu, depois de muitas idas e vindas”.
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