TÓPICO POLÍTICO - IMPEACHMENT

Apoio a impeachment cresce rapidamente e Dilma entra em negociações

Após ver crescer rapidamente apoio a processo de impeachment, Dilma começa a negociar diretamente com parlamentares

Isabel Filgueirasisabelf@opovo.com.br

ROBERTO STUCKERT FILHO/ PR

A presidente Dilma Rousseff teve encontro ontem com parlamentares para tentar barrar impeachment)

Nos últimos dois dias, a presidente Dilma Rouseff perdeu votos importantes de partidos da base em seu processo de impeachment. Até os líderes que já tinham prometido parte da bancada voltaram atrás. Seus ministérios têm se esvaziado e ela tenta, às véspera da votação na Câmara, escapar do afastamento.

Embora a leitura dos líderes de cada bancada esteja prevista para amanhã, PTB, PSD e PP já anunciaram que vão orientar a bancada a votar a favor da deposição da presidente. Ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma traça estratégias para abordar deputados individualmente.

A presidente passa a negociar com os parlamentares pessoalmente, focando nos dissidentes. Em busca de votos do PP, PR e PSD, ela marca encontros no Palácio do Planalto, chama líderes para a conversa, cara a cara, sem intermediadores. Ontem se encontrou com líderes.

“O meu primeiro ato pós-votação na Câmara é a proposta de um pacto, de uma nova repactuação sem vencidos nem vencedores. Seja pós-Câmara, mas também pós-Senado sobretudo, que será mais efetivo”, promete.

Já o ex-presidente Lula busca o apoio de aliados do PMDB, com a promessa de que dará mais espaço a eles se vencerem o impeachment. Como ministro da Casa Civil, cargo que ainda pretende ocupar, Lula quer dar novo tom ao governo.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, ele teria, entretanto, admitido a aliados que o governo vive situação difícil. Mesmo assim, insiste que os parlamentares continuem “a trabalhar’ para impedir o afastamento de Dilma.

Em entrevista de duas horas com jornalistas em Brasília, Dilma já fala em arrependimentos, coisas que teria feito diferente em sua gestão. “Na minha vida, eu te dou 20 mil, 30 mil coisas que eu não faria de novo. Sou normal”, diz e admite que, apesar de tudo, é feliz como presidente. (Folhapress)
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