Rússia anuncia retomada de Aleppo por Assad; rebeldes relatam execução em massa
A retomada de Aleppo pelas forças de Assad sucede uma série de relatos de assassinatos em massa cometidos pelos governistas, que encurralaram os últimos bairros que ainda estavam sob domínio rebelde.
Damasco confirmou o acordo de evacuação e o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria, Staffan de Mistura, afirmou à Associated Press que a retirada segura de pessoas da região sitiada era "iminente". De Mistura estava no Conselho de Segurança, onde acontecia uma reunião de emergência por Aleppo.
O anúncio da retomada de Aleppo foi feito pelo embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, que, no fim da reunião, tomou a palavra. "De acordo com as últimas informações que recebemos, as ações militares em Aleppo terminaram", disse Churkin. "O governo sírio reestabeleceu o controle sobre a parte leste da cidade", completou.
Minutos depois, o diplomata anunciou que "todos os militantes" e seus familiares, bem como os feridos nas lutas, estavam sendo evacuados por meio de corredores, "em direções escolhidas voluntariamente", o que inclui a província Idlib, onde os rebeldes ainda mantêm controle.
Diversos moradores a ativistas da oposição disseram à Associated Press que as forças do governo cometeram assassinatos em série de rebeldes capturados na segunda-feira, mas o exércit sírio negou as acusações, classificando-as de "uma tentativa desesperada" para conquistar simpatia internacional.
Nenhum dos moradores teria testemunhado as matanças, e os relatos vieram em meio ao aprofundamento do caos nas áreas ainda sob controle rebelde. O administrador da última clínica nas partes rebeldes da cidade, Mohammed Abu Rajab, por sua vez, disse que os mortos e feridos estavam sendo deixados nas ruas.
O embaixador sírio na ONU, Bashar al-Ja'afari, negou qualquer execução em massa ou ataques de vingança, mas acrescentou que é um "direito constitucional" da Síria ir atrás de "terroristas", referindo-se a todos os oposicionistas. "Aleppo foi libertada dos terroristas e daqueles que brincavam com terrorismo", disse.
Os EUA, o Reino Unido e a França estão acusando o governo de Assad de cometer atrocidades contra civis. "Ao regime de Assad, à Rússia e ao Irã, os três Estados por trás da conquista e carnificina em Aleppo: vocês carregam a responsabilidade por essas atrocidades", afirmou a embaixadora dos EUA, Samantha Power. Fonte: Associated Press.
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