Saliva artificial devolve qualidade de vida a pacientes de hospital em Fortaleza
Um projeto criado pelo Hospital Geral de Fortaleza, em parceria com a Universidade de Fortaleza, tem devolvido a qualidade de vida a pacientes. Trata-se da saliva artificial.
De acordo com o cirurgião buco-maxilo-facial Eliardo Silveira, a hipossalivação era o efeito colateral mais recorrente. “Resolvemos estudar a fundo como poderíamos ajudar essas pessoas, então demos início a esse trabalho”, disse.
A sensação de secura na boca e garganta, mau hálito e dificuldade de mastigar são alguns dos sinais que podem significar que a saúde bucal está em risco. O uso de medicamentos ansiolíticos, analgésicos, remédios para pressão alta e depressão podem ocasionar a falta de saliva.
Outro fator que pode ocasionar essa perda são os tratamentos de radioterapia, como é o caso do seu Raimundo Osmundo de Sousa, de 67 anos, que há três anos é atendido no ambulatório de odontologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). O aposentado há quatro anos descobriu que sofria de câncer na laringe e iniciou o tratamento de radioterapia na região da cabeça e pescoço.
A intensidade do tratamento trouxe danos para a garganta de seu Raimundo. “Eu comecei a ter redução na produção de saliva e isso foi gerando um grande desconforto para mim. De repente, eu não conseguia mais comer e nem falar, fui perdendo a voz o que acabou comigo”, lembra.
A falta de saliva diminui a imunidade do organismo e pode acarretar sérios problemas bucais. Em média, o organismo gera de um a dois litros de saliva diariamente. Composta por 98% de água e 2% de enzimas, a saliva neutraliza a ação dos ácidos que danificam o esmalte do dente, além de proteger, removendo os resíduos alimentares da boca e facilitando a mastigação.
Saliva artificial
Atualmente, 30 pacientes são atendidos e estão recebendo gratuitamente a substância que é composta por sais minerais, como cloreto de sódio, magnésio e fosfato. Apesar do tratamento, a perda salivar na maioria dos casos é irreversível porque quando se perde as glândulas salivares não há como recuperá-las.
“Há alterações significativas, possibilitando os agentes microbianos se instalarem com mais facilidade. Então o paciente nunca vai voltar ao que era antes. A saliva lhe da uma questão de convivência social, que é muito importante para o paciente, pois ele tem sua condição estética abalada”, afirma o cirurgião.
Os pacientes atendidos pelo projeto que ainda são acompanhados pela odontologia do HGF, já que a falta da produção das glândulas salivais acarreta também problemas como cáries. Uma média de 1.148 atendimentos são realizados por mês. Neste ano, 13. 783 foram atendidos no ambulatório de odontologia.
Serviço:
Para ter acesso ao programa é preciso que o paciente seja encaminhado, por meio da Central de Regulação, após passar por uma primeira consulta e uma unidade básica de saúde. O atendimento no ambulatório de odontologia do HGF acontece de segunda a sexta-feira, das 7h ás 16 horas.
Fonte: Tribuna do Ceará
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