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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

GIRO INTERNACIONAL

Venezuela anuncia realização de eleições presidenciais até fim de abril

Rodriguez chamou decisão de Assembleia Constituinte de histórica
Assembleia Constituinte aprova decreto para convocar votação no primeiro quadrimestre do ano e classifica decisão de histórica. Cabe agora a Conselho Eleitoral definir data do pleito, no qual Maduro tentará reeleição.A Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, composta unicamente por aliados do presidente Nicolás Maduro, aprovou nesta terça-feira (23/01) um decreto que determina a convocação de eleições presidenciais, já previstas para 2018, até 30 de abril.

"Aprovado por aclamação", declarou a presidente da Constituinte, Delcy Rodríguez, após a votação unânime dos constituintes que deu sinal verde à resolução. A ex-ministra do Exterior qualificou ainda a aprovação do decreto sobre as eleições de "decisão histórica".
Segundo Rodríguez, o país terá de decidir "se continuaremos sendo uma pátria livre e independente ou, coisa que jamais acontecerá, se pretendemos voltar ao modelo de escravidão política, ideológica, econômica, social".

A Constituinte é um órgão plenipotenciário não reconhecido pela oposição e por vários governos por ter sido formado sem um referendo prévio de aprovação. Seus 545 membros, todos aliados do governo, têm como missão reescrever a Constituição de 1999, prometendo dar mais poderes ao presidente.

O relator do decreto eleitoral foi o constituinte Diosdado Cabello, vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que lembrou que as eleições devem ser convocadas formalmente pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas que o texto aprovado é "de cumprimento obrigatório para todos os poderes segundo a Constituição".

Cabello indicou que o chavismo tem um só candidato e lembrou as palavras do presidente Hugo Chávez em 8 dezembro de 2012, quando pediu que Maduro fosse presidente. "Se algo me acontecer, elejam Nicolás Maduro como presidente da República, disse o presidente Chávez", ressaltou Cabello.

Ele afirmou também que, diante das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, a resposta venezuelana será mais eleições. "Haverá união revolucionária, haverá pátria e haverá revolução por muitos anos e por muito tempo", reiterou.

A oposição venezuelana atribuiu a decisão da Assembleia Constituinte de convocar eleições até o fim de abril a uma represália do governo de Maduro a novas sanções impostas pela União Europeia nesta semana.

O decreto aprovado pela Constituinte será remetido ao CNE, que fixará a data para as próximas eleições presidenciais, nas quais Maduro já confirmou que tentará a reeleição.

Em dezembro, o presidente proibiu a participação no pleito de partidos de oposição, entre eles três dos quatro principais da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que boicotaram as eleições municipais em protesto contra o que classificaram de sistema eleitoral fraudulento.

A realização de eleições presidenciais livres e justas é uma das reivindicações da oposição no diálogo político com o governo, bem como uma nova composição de reitores do Conselho Nacional Eleitoral, um órgão do qual os opositores desconfiam.

CN/efe/lusa/dpa

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