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segunda-feira, 16 de maio de 2016

GIRO PELO MUNDO

Papa Francisco critica quem cuida de animais, mas ignora vizinhos

Durante celebração em Roma, o pontífice alertou sobre o real conceito de piedade e perguntou: "Quantas vezes vemos pessoas que cuidam de gatos e cães e depois deixam sem ajuda o vizinho que passa fome?"
AddThis Sharing ButtonsSSERVATORE ROMANO/AFP
Francisco apelou para não se confundir piedade com uma emoção superficial, que não se preocupa com o outro

O papa Francisco lamentou que algumas pessoas sintam compaixão pelos animais, mas depois mostrem indiferença perante as dificuldades de um vizinho, em uma reflexão sobre o conceito de piedade, durante audiência na Praça de São Pedro.

Francisco falava perante milhares de pessoas, debaixo de chuva, durante uma audiência jubilar, cerimônia que se realiza um sábado por mês, e alertou que é preciso “não confundir a piedade com a comiseração, que consiste apenas em uma emoção superficial, que não se preocupa com o outro”, afirmou.

E perguntou: “Quantas vezes vemos pessoas que cuidam de gatos e cães e depois deixam sem ajuda o vizinho que passa fome?”

“Não se pode confundir com a compaixão pelos animais, que exagera no interesse para com eles, enquanto fica indiferente perante o sofrimento do próximo”, acrescentou.

O papa explicou aos fiéis que, para Jesus, sentir piedade é “compartilhar a tristeza de quem se encontra, mas, ao mesmo tempo, agir na primeira pessoa para transformá-la em alegria”.

Francisco apelou ao cultivo da piedade, “sacudindo de cima (de si próprios) a indiferença” que impede cada um de reconhecer o sofrimento dos outros e libertando-se da “escravatura do bem-estar material”.

Pedido de desculpas
O presidente eleito das Filipinas Rodrigo Duterte considerou, nesse domingo, “suficiente” ter apresentado desculpas por escrito ao papa por tê-lo chamado de “filho da p...” e informou que não irá ao Vaticano para se desculpar pessoalmente. 

Questionado em uma coletiva de imprensa ontem sobre seu projeto de viajar ao Vaticano, ele descartou a hipótese. Segundo ele, uma viagem “seria um exercício hipócrita”.

Eleito em 9 de maio depois de fazer uma campanha marcada por declarações polêmicas, Duterte havia dito, na última quinta-feira, 12, que iria ao Vaticano para apresentar pessoalmente suas desculpas ao papa.

Ao lançar sua campanha em novembro passado, o advogado, de 71 anos, chamou o papa de “filho da p...” por ter causado engarrafamentos de trânsito em Manila durante sua visita ao arquipélago. O país é de maioria católica. (Com Agências)

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