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terça-feira, 24 de maio de 2016

GIRO POLICIAL

Força Nacional atuará nos presídios do Ceará temporariamente

A tropa vai trabalhar no controle dos detentos durante os reparos nas unidades. Governo propõe plano de estabilização dos presídios
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Presos atearam fogo em materiais na unidade prisional em Itaitinga no último sábado

A operação da Força Nacional de Segurança nos presídios do Ceará deve começar ainda nesta semana, de acordo com o Ministério da Justiça. O órgão informou que as tropas já foram deslocadas do Distrito Federal em direção à Fortaleza. O apoio foi solicitado pelo governador Camilo Santana (PT) no último domingo, 22, para auxiliar no controle dos detentos enquanto são realizados reparos na estrutura das unidades após rebeliões no fim de semana.

Os motins em unidades de Itaitinga e Caucaia (Grande Fortaleza) foram motivados pela suspensão das visitas em função da greve de 
agentes penitenciários.

Conforme a assessoria de comunicação do Governo do Estado, a tropa atuará no interior e entorno dos presídios. A operação deve seguir até que todas unidades sejam recuperadas. O número de militares deslocados para o Estado não foi informado pelo Ministério da Justiça.

Na manhã de ontem, o governador se reuniu com representantes do legislativo e do judiciário, no Palácio da Abolição, para discutir plano de estabilização do sistema penitenciário. Segundo o procurador-geral de Justiça, Plácido Barroso Rios, uma das ações será acelerar a análise dos pedidos de liberdade provisória e os processos de pessoas que ainda não estão com condenação definida.

Investigação
O Ministério Público Estadual (MPCE) iniciou investigação criminal ainda no sábado, 21, quando começaram as rebeliões. De acordo com Rios, que chefia o órgão, imagens de celular feitas durante os motins e postagens em redes sociais devem auxiliar a investigação. A análise do material deve ocorrer independentemente da apuração realizada pela Polícia Civil.

Rios informou que serão investigados tanto o que motivou as rebeliões quanto os assassinatos nas unidades. “Aquelas pessoas que tenham desbordado das suas funções públicas ou deixado de cumprir o que a lei determina devem ser responsabilizadas”. Conforme o procurador-geral, o bloqueio do acesso das visitas no fim de semana é uma das principais causas do motim, somada à “superlotação, à má-distribuição e à falta de controle das unidades”.

“As visitas são de extrema importância para os presos. Eles aguardam esse momento com ansiedade durante toda a semana. Criar obstáculos para a visita já seria, independente do motivo, uma preocupação para Estado”, disse.

Vítimas
A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) confirmou a morte de 14 detentos durante conflitos nas rebeliões. Desses, seis ainda não foram identificados. Muitos dos corpos estavam carbonizados. Até abril, a Sejus havia registrado 14 mortes em presídios. Com os conflitos deste fim de semana, número de mortes dobrou. 

Uma operação identificou um túnel na unidade Agente Luciano Andrade Lima (antiga CPPL 1), em Itaitinga, mas a secretaria não confirma fugas. Foram iniciados reparos em uma das unidades, diz a Sejus.

Conforme Plácido Rios, até o meio-dia de ontem, parte dos presídios ainda estava sob o comando dos detentos. A secretaria, no entanto, nega, dizendo que as equipes já estão no local desde domingo.

14
presos
foram mortos em conflitos durante as rebeliões

Vítimas
Luan Brito da Silva, 21, respondia por latrocínio;
Paulo César de Oliveira, 46, tráfico
Francisco Clenildo Felipe Costa, 40, furto;
Daniel Henrique Maciel dos Santos, 26, homicídio e roubo;
Diego Martins da Silva, 31, roubo;
Roberto Bruno Agostinho da Silva, 23, homicídio;
Rian Pereira Paz, 33, tráfico de drogas;
Daniel de Sousa Oliveira, 22, homicídio e roubo
Outras seis vítimas não foram identificadas e aguardam exames da perícia

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